Gustavo Fernandes: “Tratamento do câncer de mama é o que mais avança”

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O câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres de todo o mundo, sendo responsável por aproximadamente 28% dos diagnósticos oncológicos entre elas, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Felizmente, o tratamento da doença evoluiu significativamente nas últimas décadas, possibilitando melhor qualidade de vida e perspectiva de longevidade para as pacientes.

“O tratamento do câncer de mama avançou como em nenhuma outra doença. A qualidade de vida após o diagnóstico é maior hoje do que se via há 20 ou 30 anos”, afirma o oncologista Gustavo Fernandes, diretor nacional de Oncologia na Rede Dasa.

Em entrevista o médico reafirma a importância dos exames de rotina como uma ferramenta para identificar a doença nos estágios iniciais, possibilitando o melhor prognóstico das pacientes. Ele também explica que a obesidade e o sedentarismo são fatores de risco importantes.

De acordo com Fernandes, o câncer tem uma relação estreita com a variação hormonal, e os hormônios esteróides vêm exatamente do tecido gorduroso. “O aumento da carga de gordura no corpo de uma mulher aumenta as chances de desenvolver câncer de mama”, afirma.

Sinais do câncer de mama
O aparecimento de nódulos palpáveis na mama e na axila é o principal sinal de alerta para o câncer de mama. “Se, ao se examinar, você sentir uma nodulação diferente na mama, não espere. Procure um médico”, aponta o oncologista.

Outros sintomas também podem indicar a presença de câncer de mama, como secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo, pele com aspecto de casca de laranja, retração do mamilo, vermelhidão da pele da mama, inversão do mamilo, inchaço da mama e dor local.

“Normalmente, quando a paciente observa esses sinais e coloca a mão, ela sente um nódulo por baixo”, afirma Fernandes.

O médico alerta que as mulheres não devem esperar pelo surgimento de sinais da doença para cuidar da saúde. Por isso, a mamografia é uma importante aliada: o exame de imagem das mamas deve ser realizado anualmente, entrando na rotina do check-up entre os 40 e 50 anos anos de idade.

A alta resolução do exame fornece imagens detalhadas capazes de identificar o surgimento de nódulos na fase inicial do câncer, antes mesmo que a mulher apresente sintomas.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura por tratamentos menos invasivos e, consequentemente, reduz o risco de morte pelo câncer de mama.

“Fazer uma mamografia por ano significa diminuir o risco de evolução ruim do câncer de mama. As chances de a mulher precisar passar por uma cirurgia mutilante caem substancialmente quando se faz exames preventivos. A radioterapia deve ser menos intensa e em uma área menor, e há uma probabilidade mais alta de ela não precisar fazer quimioterapia”, afirma.

Mitos sobre o câncer de mama
O câncer de mama é rodeado por mitos que assustam as pacientes e familiares. Fernandes enumera alguns deles que ainda atrapalham a prevenção, o diagnóstico e o tratamento adequado. “Os mitos são associados aos medos, e eles vêm do que se observava no passado”, aponta.

Câncer de mama e mortalidade
Há até pouco tempo, o diagnóstico era visto como uma sentença de morte, mas as pesquisas sobre a doença evoluíram muito nos últimos 50 anos, possibilitando uma melhor perspectiva de vida da paciente.

Quando o tratamento começa cedo, hoje, a mortalidade por câncer de mama é menor do que 10%.

Quimioterapia
Ao contrário da crença popular, nem toda paciente com câncer de mama precisa passar pela quimioterapia.

Outro ponto que precisa ser considerado é que a quimioterapia evolui cada vez mais, oferecendo eficácia com baixa toxicidade. Grande parte dos tratamentos são feitos sem perda de cabelo, por exemplo, impactando menos a vida da paciente.

Mastectomia
As cirurgias estão cada vez mais refinadas. Hoje, é possível retirar o tumor e preservar a mama da paciente, complementando o tratamento com radioterapia localizada.

Tratamento
O tratamento do câncer de mama não é igual para todo mundo. A doença tem vários subtipos que reagem de forma diferente às terapias.

“O conhecimento da biologia da doença permite entregar para a paciente o mais próximo que seja de um tratamento ideal para ela, deixando de lado toda uma parafernalha que se utilizava em todo mundo”, afirma Fernandes.

Fonte- Metrópoles

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