Embaixador da Palestina diz que sangue brasileiro “vale menos” em Gaza

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O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou lista de autorizados a sair de Gaza, que não incluiu brasileiros ainda.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou as listas de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza rumo ao Egito. Questionado quanto à saída de brasileiros e outros estrangeiros provenientes de países em desenvolvimento, o diplomata palestino afirmou que tem a impressão que “nosso sangue vale menos” que o de pessoas nascidas em países considerados ricos.

“Não quero exagerar, mas possivelmente é porque somos de Terceiro Mundo e o sangue e a vida daquele Primeiro Mundo vale mais. É uma realidade. O mundo está tendo um desequilíbrio”, afirmou o embaixador.

Ainda na opinião de Alzeben, além da vida dos brasileiros não ter “o mesmo valor” que a de cidadãos de países desenvolvidos, a dos palestinos valeria ainda menos. “Quando se trata da morte de palestinos, parece um ‘efeito colateral’ e que a vida deles não vale tanto quanto a dos outros. Esta é uma realidade que sentimos e o mundo está sentindo”, afirmou o diplomata da Palestina.

Os brasileiros que estão em Gaza seguem fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviará, ainda nesta sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas.

Governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7.500 pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Na manhã desta sexta-feira (3/11), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA) se encontraram. A Casa Branca tentaria articular uma “pausa humanitária”, mas Netanyahu já afirmou que o cessar-fogo está fora de cogitação até que os reféns sejam liberados pelo grupo Hamas.

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