Não há aumento de casos de Covid-19 registrado no Ceará, diz Sesa
Há algumas semanas tem sido observado aumento de casos de Covid-19 em determinados estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil. No Ceará, conforme Antônio Lima Neto, secretário Executivo de Vigilância Secretaria Saúde do Estado (Sesa), não foi identificado aumento consolidado de casos confirmados, tampouco de atendimentos.
Algumas edições do Boletim InfoGripe, da Fiocruz, revela o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) positivos para Sars-CoV-2. Último boletim, publicado no dia 30 de outubro, há aumento na população adulta do estados do Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e São Paulo (SP).
Distrito Federal (DF), Goiás (GO) e Rio de Janeiro (RJ), que apresentaram alerta de crescimento em boletins anteriores, já apresentam indícios de interrupção do aumento de casos. Antônio Lima, o Tanta, explica que a maioria dos casos nos últimos meses não são registrados oficialmente porque são feitos apenas testes-rápidos: “Há muita subnotificação”.
Em muitos casos, como os quadros são leves, as pessoas não chegam a procurar atendimento ou fazer exames. “Não temos relato de casos mais graves em população com alta cobertura vacinal, como é o nosso caso. Não é um momento de preocupação extrema, é de monitoramento. Não há tendência de aumento de casos”, destaca Tanta.
Segundo ele, quando há repercussão assistencial, com aumento no número de atendimentos e positividade expressivamente maior é possível identificar crescimento de casos. “O vírus está enfrentando uma população muito vacinada, que já consegue responder. Ele (o vírus) consegue circular, infectar, simular sintomas, mas não consegue agravar”, detalha.Caroline Gurgel, virologista e epidemiologista, professora do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), corrobora que aqui no Ceará a situação é considerada “estável”.
“Tudo mostra que a circulação do vírus é no começo do ano, em conjunto com outros vírus respiratórios que nós temos aqui também e são bastante conhecidos: o Influenza A, o Influenza B e o vírus sincicial respiratório”, explica.
Isso indica que é possível ter casos esporádicos no segundo semestre mas não configura período epidêmico. “Como começa a ficar mais frio e chover na região sul nessa época do ano, dá para perceber maior quantidade de vírus circulando lá. Vai chegar depois aqui, em janeiro, fevereiro”, situa.Segundo a pesquisador, o vírus que causa a Covid-19 “veio para ficar”. Assim como os demais vírus circulantes no Estado, ela afirma que o Sars-CoV-2 deve diminuir a circulação, mas não desaparecer.
Em 2023, segundo dados do IntegraSUS, plataforma da Sesa, foram obtidos 16.313 diagnósticos positivos e 76 óbitos em decorrência da doença até essa quarta-feira, 8. Os registros neste ano relacionados à doença representam parcela ínfima em relação aos números totais, desde o início da pandemia: 1,1% e 0,2%, respectivamente.
Em Fortaleza, número de casos e de mortes foi de 3.942 e 30, nessa ordem, em 2023. A soma desde 2020 chega a 410.063 casos e 11.822 óbitos.
Fonte- O Povo