MPCE pede prisão de delegado que agrediu mulher em Aurora
O órgão ministerial não concordou com a fiança arbitrada pelo delegado plantonista, que havia liberado o agressor após o pagamento de R$ 2 mil
O delegado de Polícia Civil Paulo Hernesto Pereira Tavares, que foi flagrado agredindo uma mulher no município de Aurora, no último sábado (11), teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O órgão ministerial não concordou com a fiança arbitrada pelo delegado plantonista, que havia liberado o agressor após o pagamento de R$ 2 mil, e entrou com pedido de prisão preventiva do delegado, alegando que ele oferece risco à ordem pública e à instrução criminal.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais, após a divulgação de um vídeo que mostra o delegado, visivelmente alterado, dando um tapa no rosto de uma mulher, após se envolver em um acidente de trânsito. Segundo o MPCE, o delegado também agrediu um adolescente de 16 anos e um outro homem, que já foram identificados e ouvidos pelo órgão ministerial. Além disso, o delegado proferiu impropérios e ameaças contra as vítimas, os policiais militares que atenderam a ocorrência e seus familiares, bem como um advogado que estava no local.
O pedido de prisão foi fundamentado na prática de lesão à mulher que aparece no vídeo, e ainda em uma lesão corporal a um adolescente de 16 anos e a um outro homem já identificado e ouvido, além de ameaças e impropérios proferidos contra as vítimas, aos policiais militares que atenderam a ocorrência e seus familiares, bem como a um advogado no exercício da função. Além do contexto fático, observou-se que o autuado já é réu pelos crimes de embriaguez ao volante e violência doméstica e ainda é investigado pela prática de outros delitos (violência doméstica e prevaricação).
O pedido de prisão foi deferido pelo juiz da comarca de Aurora, João Pimentel Brito, que considerou a gravidade dos fatos e a conduta reprovável do delegado. O juiz também determinou o afastamento do delegado de suas funções públicas, até o julgamento final do processo.
O MPCE fez o acolhimento da vítima mulher, prestando os esclarecimentos dos seus direitos e convidando-a a comparecer à Promotoria da comarca de Aurora para prestar mais esclarecimentos. O órgão também colocou à disposição das vítimas deste e de outros casos os serviços do Núcleo de Atenção às Vítima de Violência – NUAVV, destinado à proteção dos direitos às vítimas.
O MPCE repudia todo e qualquer tipo de violência e afirma que irá acompanhar o caso com rigor, buscando a responsabilização do delegado pelos crimes cometidos.