A ausência de Cotugno foi criticada pelos deputados das comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor

O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, não compareceu a uma audiência na Câmara dos Deputados para explicar o apagão que afetou 23 municípios paulistas no início de novembro. O blecaute, causado por fortes chuvas e ventos, deixou 4,2 milhões de unidades consumidoras sem energia elétrica.

A ausência de Cotugno foi criticada pelos deputados das comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor, que haviam convidado o executivo para prestar esclarecimentos sobre a demora no restabelecimento do serviço. Em carta enviada à Câmara apenas ontem, ele alegou ter outro compromisso profissional.

O presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Rodrigo de Castro (União-MG), classificou a atitude de Cotugno como “intolerável” e “prepotente”. Ele decidiu cancelar a audiência e fazer um novo convite ao presidente da Enel Brasil. Ele também informou que as duas comissões vão sugerir uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a empresa.

Além de Cotugno, a audiência pública tinha outros convidados, que compareceram. Entre eles, o presidente da Enel São Paulo, Max Xavier Lins, e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.

A manifestação do presidente da comissão foi acompanhada por vários parlamentares. O deputado Ivan Valente (Psol-SP), um dos autores do requerimento da audiência, disse que a falta de Cotugno foi um desrespeito com a Câmara.

Já o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), outro autor do requerimento, disse que o caso reforça a necessidade de o Congresso debater uma lei para regular a renovação das concessões de distribuição que vencem a partir de 2025 – a da Enel SP vence em 2028. “Um fato como esse faz com que o assunto se torne ainda mais importante”, disse Jardim.4de10