Diabetes gestacional afeta mais de 30% das gestantes de alto risco

Foto: Site Governo do Estado do Ceará
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A doença pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê

A diabetes gestacional é uma condição que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue durante a gravidez, devido a uma insuficiência do pâncreas de produzir mais insulina, o hormônio que regula a glicose no organismo. A doença pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, como malformações, óbito fetal, obesidade infantil, entre outros. Por isso, é importante que as gestantes façam o acompanhamento pré-natal adequado e realizem os exames necessários para o diagnóstico e o tratamento precoce.

No Ceará, a diabetes gestacional é o diagnóstico mais prevalente entre as gestantes de alto risco atendidas na Obstetrícia do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), localizada em Sobral. Entre janeiro e outubro deste ano, das 3.415 pacientes atendidas pela unidade hospitalar, 1.060 eram portadoras de diabetes, representando 31,04% do total.

A médica obstetra do HRN, Renata Nogueira, explica que os principais sinais de que a gestante pode apresentar diabetes gestacional são o ganho elevado de peso durante a gestação, crescimento do feto acima do esperado e outros sinais de descompensação materna, como aumento importante na frequência urinária e muita sede. Ela ressalta que a paciente com o diagnóstico deve ser encaminhada ao pré-natal de alto risco para o acompanhamento e prevenção das complicações maternas e fetais.

O tratamento baseia-se principalmente na modificação do estilo de vida, como dieta adequada para diabético e atividade física adequada para cada período da gestação. O tratamento envolve equipe multiprofissional, com profissionais como médico, nutricionista, enfermeiro e no seguimento pós-alta, também o educador físico. A gestante deve realizar a curva glicêmica para avaliar o controle dos níveis glicêmicos e, caso seja necessário, deverá ser iniciado insulina, que é o tratamento de escolha para essas pacientes. O parto poderá ser via vaginal, não sendo indicado cesariana em todos os casos.

Os principais fatores de risco para diabetes gestacional são: idade materna acima dos 25 anos, obesidade, ganho peso excessivo na gestação, história familiar de 1º grau de diabetes, diabetes gestacional na gestação anterior ou antecedente de feto grande para a idade gestacional ou macrossômico (acima de 4kg no nascimento).

Um exemplo de gestante que desenvolveu a diabetes gestacional é a costureira Francineuda Gomes Barbosa, 35, que está à espera do quinto filho. A paciente, acompanhada pelo pré-natal da unidade básica de saúde do distrito de Taperuaba, onde mora, teve o diagnóstico da doença a partir de um exame de sangue e passou a ser atendida pela Policlínica e está vinculada ao HRN. “Aqui é muito bom, tem profissionais de toda área, até psicólogo vem ver a gente”, diz.

Outra paciente atendida pela Obstetrícia do HRN é Maria Simone Paiva Bezerra, 37, mãe de três filhos. Na gestação da segunda filha, Larissa, 4, Simone teve diabetes gestacional e deu à luz a criança no HRN. Na gestação do filho mais novo, Francisco Wedson, que nasceu no dia 29 de novembro, a doença não se desenvolveu. “Fui acompanhada desde o começo por nutricionista e aqui no HRN me trataram super bem, me levaram na palma da mão”, diz.

A diabetes gestacional é uma doença que pode ser prevenida e controlada se for descoberta precocemente. Por isso, é fundamental que as gestantes façam o pré-natal regularmente e sigam as orientações dos profissionais de saúde. Assim, elas podem garantir uma gravidez saudável e um parto seguro, tanto para elas quanto para seus bebês.

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