O Brasil havia conquistado o certificado de eliminação do sarampo em 2016, mas perdeu em 2019, após um surto que atingiu vários estados

O Brasil deve receber, em breve, o certificado de eliminação do sarampo, segundo o diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa. Ele afirmou que o país está há um ano sem registrar novos casos da doença, o que abre a possibilidade de uma nova certificação pela comissão de verificação da Opas. A declaração foi feita durante um seminário sobre vacinação na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.

O Brasil havia conquistado o certificado de eliminação do sarampo em 2016, mas perdeu em 2019, após um surto que atingiu vários estados. Com isso, o continente americano também teve sua certificação regional suspensa em 2018, já que a Venezuela também enfrentava uma epidemia da doença. Agora, com a interrupção da transmissão do sarampo na Venezuela e no Brasil, a Opas espera que as Américas possam voltar a ser consideradas livres do sarampo.

Para isso, é preciso manter a cobertura vacinal adequada, que é de pelo menos 95% da população. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que também participou do seminário, disse que o Brasil tem enfrentado o problema da hesitação vacinal, que é a recusa ou o adiamento da vacinação por falta de confiança ou de informação. Ela disse que o Ministério da Saúde tem feito campanhas de esclarecimento e de combate às notícias falsas sobre as vacinas, e que os dados preliminares mostram que a cobertura vacinal aumentou este ano.

Jarbas Barbosa destacou que é preciso monitorar e desmentir os boatos e as desinformações que circulam nas redes sociais sobre as vacinas, pois eles podem prejudicar a confiança da população e reduzir a procura pela imunização. Ele também defendeu que sejam adotadas outras medidas para facilitar o acesso à vacinação, como ampliar o horário de funcionamento dos postos, sensibilizar os profissionais de saúde e identificar as áreas de baixa cobertura vacinal.

O sarampo é uma doença grave, que pode causar complicações como pneumonia, encefalite e até a morte. A única forma de prevenção é a vacina, que é segura e eficaz. O Brasil oferece gratuitamente a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, no Sistema Único de Saúde (SUS).

A vacina deve ser aplicada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade. Pessoas de até 29 anos que não foram vacinadas na infância devem receber duas doses, com intervalo de 30 dias. Pessoas de 30 a 49 anos devem receber uma dose.