Selic cai para 11,75% ao ano, mas crédito e prestações continuam caros

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A Anefac calculou o impacto da nova Selic sobre as taxas de juros cobradas pelos bancos e financeiras

O Banco Central reduziu a taxa Selic, os juros básicos da economia, para 11,75% ao ano nesta quarta-feira (13). Essa é a segunda queda consecutiva da Selic, que estava em 12,25% ao ano desde fevereiro. Apesar da redução, o crédito e as prestações continuam caros para os consumidores e as empresas, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A Anefac calculou o impacto da nova Selic sobre as taxas de juros cobradas pelos bancos e financeiras. Segundo a entidade, o juro médio para as pessoas físicas cairá de 122,04% para 121,05% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa média diminuirá de 58,57% para 57,84% ao ano.

A diferença entre a Selic e os juros efetivos é muito grande porque os bancos e financeiras consideram outros fatores na hora de emprestar dinheiro, como o risco de inadimplência, os custos operacionais, os impostos e a margem de lucro.

A Anefac também fez simulações de como a nova Selic afetará o valor das prestações e dos empréstimos. A economia será pequena para o consumidor que contratar ou renegociar um financiamento.

Por exemplo, no financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador pagará R$ 0,39 a menos por mês e R$ 4,63 a menos no total com a nova Selic. Se o cliente usar o cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias, ele economizará R$ 0,27. Se ele usar R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, ele gastará R$ 1,20 a menos.

Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses terá uma redução de R$ 1,23 na prestação e de R$ 14,81 no valor final. Um empréstimo de R$ 3 mil em 12 meses numa financeira ficará R$ 0,81 mais barato por mês e R$ 9,68 mais barato no total. No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses, o comprador economizará R$ 11,17 por parcela e R$ 670,28 no total.

Para as empresas, a queda da Selic também terá pouco efeito sobre o custo do crédito. Um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias ficará R$ 62,44 mais barato. Um desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias terá uma economia de R$ 24,88. Uma conta garantida de R$ 10 mil por 20 dias custará R$ 2,67 a menos.

A nova Selic também terá um impacto pequeno sobre os rendimentos da poupança. A Anefac simulou a rentabilidade da caderneta em comparação com os fundos de investimento. Com a taxa de 11,75% ao ano, a poupança só será mais vantajosa que os fundos em alguns casos.

A poupança rende mais que os fundos quando o investidor aplica em fundos com taxa de administração de 3% ao ano, quando o prazo da aplicação é de até dois anos em fundos com taxa de 2,5% ao ano e quando o prazo é de até um ano em fundos com taxa de 2% ao ano.

A poupança rende o mesmo que os fundos quando o prazo da aplicação é de mais de dois anos em fundos com taxa de 2,5% ao ano. Em todos os outros casos, os fundos rendem mais que a poupança.

Isso acontece porque a poupança, que é isenta de Imposto de Renda, tem um rendimento fixo de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que varia de acordo com a Selic. Esse rendimento vale quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021. Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR.

A Anefac usa os dados do Banco Central para calcular as taxas de juros e os rendimentos da poupança. O indicador considera as taxas médias praticadas pelo mercado e as simulações são feitas com base em valores e prazos médios.

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