Bolsa bate recorde histórico com expectativa de juros baixos no Brasil e nos EUA

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O índice Ibovespa, que mede o desempenho das principais ações negociadas na B3, fechou o dia aos 130.842 pontos, com alta de 1,06%

O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de contrastes nesta quinta-feira (14). Enquanto a bolsa de valores atingiu o maior patamar da história, impulsionada pela perspectiva de juros baixos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o dólar teve uma leve queda, mas não acompanhou o otimismo internacional.

O índice Ibovespa, que mede o desempenho das principais ações negociadas na B3, fechou o dia aos 130.842 pontos, com alta de 1,06%. Esse foi o primeiro fechamento acima dos 130 mil pontos na história. O indicador chegou a perder força durante a tarde, mas voltou a subir perto do fim do pregão. A bolsa acumula valorização de 2,76% em dezembro.

A alta da bolsa foi influenciada pela decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, de manter os juros básicos da maior economia do planeta entre 0% e 0,25% ao ano e sinalizar que pretende reduzir a taxa em 0,75 ponto percentual ao longo de 2024. Juros mais baixos nos países desenvolvidos estimulam a entrada de capitais em países emergentes, como o Brasil, aumentando a demanda por ativos locais.

Outro fator que animou os investidores foi o corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, anunciado ontem (13) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A Selic caiu para 6,5% ao ano, o menor nível desde julho de 2019. Além disso, o Copom indicou que pretende manter o ritmo de cortes nos primeiros meses de 2024, o que pode levar a Selic para 5,5% ao ano.

A redução dos juros beneficia as empresas, pois diminui o custo do crédito e estimula o consumo e os investimentos. Isso se reflete na valorização das ações na bolsa de valores, que representam uma parcela do capital das companhias.

Dólar tem queda discreta

O mercado de câmbio, no entanto, não seguiu a euforia da bolsa e teve um dia de cautela. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,914, com queda de 0,07%. A moeda norte-americana chegou a cair para R$ 4,87 na mínima do dia, por volta das 11h50, mas perdeu força durante a tarde.

Um dos motivos que reduziu o entusiasmo dos investidores foi a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamentos pelo Congresso Nacional. A medida, que beneficia 17 setores da economia, prorroga a redução da alíquota da contribuição para a Previdência Social paga pelas empresas até o fim de 2027. O governo era contra a prorrogação, alegando que a medida teria um impacto fiscal de R$ 25 bilhões em 2024.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade do projeto e que vai enviar uma proposta alternativa ao Congresso, sem prejuízo para as contas públicas. No entanto, os investidores ficaram receosos com o aumento do déficit fiscal e a possível violação do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Com o desempenho desta quinta, o dólar está praticamente estável no acumulado de dezembro. Em 2023, a moeda norte-americana acumula queda de 6,93%.

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