Fósseis roubados da Chapada do Araripe voltam ao Ceará após 10 anos

Foto: Site Governo do Estado
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A repatriação das peças, que pesam duas toneladas e têm entre 90 e 110 milhões de anos

O Ceará recebeu, nesta quinta-feira (14), um acervo de quase mil fósseis que haviam sido contrabandeados para a França há cerca de 10 anos. A repatriação das peças, que pesam duas toneladas e têm entre 90 e 110 milhões de anos, foi celebrada em uma cerimônia no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Segundo o Governo do Estado, esta foi a maior repatriação cultural da história do Brasil.

Os fósseis são provenientes da Chapada do Araripe, no Cariri, uma região rica em vestígios de animais e plantas do período Cretáceo. Entre as peças repatriadas, há fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies que revelam a biodiversidade da época.

O professor e diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado em Santana do Cariri e vinculado à Universidade Regional do Cariri (Urca), Allyson Pinheiro, destacou a importância científica e cultural do material. “Estamos falando da maior repatriação em volume de bens culturais brasileiros da história. Estamos vivendo um período muito especial, uma sequência de eventos raros, como o retorno do Ubirajara. Hoje é um dia muito importante e significativo”, disse.

O Ubirajara é um dinossauro com penas e espinhos que foi descoberto na Chapada do Araripe e levado para a Alemanha em 1995. Em novembro deste ano, o fóssil foi devolvido ao Brasil após uma negociação entre os governos dos dois países.

A repatriação dos fósseis da França foi resultado de uma ação conjunta entre o Governo do Ceará, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, o Ministério das Relações Exteriores e a Agência Brasileira de Cooperação. O caso começou em 2013, quando as autoridades francesas apreenderam os fósseis em um porto de Le Havre, após uma denúncia de contrabando.

A titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, ressaltou o esforço do Governo do Ceará para recuperar o patrimônio cearense e brasileiro. “Há alguns anos, nós temos um grande esforço por parte do Governo do Estado para que seja feita a defesa do patrimônio cearense e do Brasil. O retorno deste material está para além dos fins científicos. Poderemos pensar em pesquisas, envolvendo institutos nacionais e internacionais, contemplando também o nosso Museu de Paleontologia, no Cariri. Temos, então, uma gama de esforços para que tudo isso fosse concretizado”, afirmou.

As peças tinham sido simbolicamente entregues ao Brasil em 2022, em uma cerimônia realizada em Le Havre, na França. Após a chegada ao Ceará, os fósseis passarão por um processo de higienização e catalogação, e depois serão expostos no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, onde ficarão à disposição da comunidade científica e do público em geral.

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