O leilão teve uma forte disputa entre os participantes e registrou um deságio médio de 40,85%

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou, nesta sexta-feira (15), na sede da B3, em São Paulo, um leilão de transmissão que negociou três lotes de empreendimentos, com previsão de R$ 21,7 bilhões em investimentos, o maior valor já anunciado pela agência. O leilão teve uma forte disputa entre os participantes e registrou um deságio médio de 40,85%, o que representa uma economia de R$ 37,9 bilhões para o consumidor final.

Os três lotes arrematados contemplam 4.471 quilômetros (km) de linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 9.840 MVA, localizados nos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins. Os empreendimentos deverão entrar em operação comercial em até 60 meses a partir da assinatura dos contratos de concessão, prevista para o dia 3 de abril de 2024.

O vencedor do Lote 1 foi a State Grid Brazil Holding S.A., que ofereceu R$ 1.936.529.074,68, representando um deságio de 39,90% em relação à receita anual permitida (RAP) máxima estabelecida pela Aneel, de R$ 3.222.000.000,00. O lote 1 é o maior do leilão e compreende 2.375 km de linhas de transmissão e 6.300 MVA de capacidade de transformação, interligando os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

O Lote 2 ficou com o Consórcio Olympus XVI, formado pelas empresas Elecnor S.A. e Olympus Participações S.A., que ofertou R$ 239.500.000,00, com deságio de 47,01% em relação à RAP máxima de R$ 451.800.000,00. O lote 2 abrange 1.138 km de linhas de transmissão e 2.400 MVA de capacidade de transformação, interligando os estados de Goiás, Maranhão e Tocantins.

O Lote 3 foi arrematado pela Celeo Redes S.A., que propôs R$ 101.200.000,00, com deságio de 42,39% em relação à RAP máxima de R$ 175.600.000,00. O lote 3 envolve 958 km de linhas de transmissão e 1.140 MVA de capacidade de transformação, interligando os estados de Goiás e Tocantins.

Comemoração

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, comemorou o resultado do leilão, que considerou um sucesso tanto pela competitividade quanto pelo deságio obtido. Ele destacou ainda a importância dos empreendimentos para a reconfiguração do sistema elétrico nacional e para o desenvolvimento das energias renováveis no Nordeste.

“O leilão de junho deste ano, esse de agora, e o de março de 2024 agregarão mais 17 mil km de linhas de transmissão, o que representa quase 10% de todo o sistema de transmissão brasileiro. Em menos de um ano contratamos aproximadamente 10% do que levamos mais de 100 para construir e isso é motivo de muito orgulho e satisfação”, disse.

Feitosa ressaltou que os empreendimentos do Lote 1 são estratégicos para a integração das fontes eólica e solar do Nordeste e do norte de Minas Gerais ao sistema interligado nacional. “Se no passado nós contratamos corrente contínua para integrar grandes hidrelétricas como Itaipu, Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, hoje nós estamos contratando corrente contínua para coletar energia de centenas de usinas eólicas e solares localizadas no norte de Minas e no nordeste do país. Essas linhas permitirão que o nordeste continue sendo a nova fronteira de desenvolvimento de energia renovável no Brasil”, afirmou o diretor da Aneel.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também celebrou o leilão e destacou que neste ano foi alcançada a marca de R$ 40 bilhões de linhas de transmissão contratadas no Brasil. Segundo Silveira, “esses recursos trarão desenvolvimento econômico e social, com geração de empregos diretamente nos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, com reflexos positivos em todos os outros estados da federação”.

De acordo com a estimativa da Aneel e do MME, os empreendimentos gerarão 37 mil empregos diretos e indiretos.