A medida faz parte do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional

O governo federal anunciou que vai criar mais 100 campi dos institutos federais (IFs) no país até o final do seu mandato, em 2026. A medida faz parte do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que oferece cursos gratuitos de educação básica, profissional e superior.

O anúncio foi feito na abertura da 4ª Conferência Nacional de Juventude, que reúne cerca de 2 mil jovens de todo o país em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância dos institutos federais para a formação profissional e a inclusão social dos jovens brasileiros. “Nós vamos fazer mais 100 institutos federais neste país para que a gente possa suprir a ausência de vagas para a juventude aprender uma profissão, ter um emprego digno e um salário justo”, afirmou.

Os institutos federais são instituições públicas de ensino que atuam em diferentes áreas do conhecimento, desde as ciências agrárias até as engenharias, passando pelas artes e humanidades. Os IFs têm como missão promover a educação profissional e tecnológica de qualidade, integrada à educação básica e superior, e contribuir para o desenvolvimento regional e nacional.

Os IFs foram criados em 2008, a partir da integração de escolas técnicas e agrotécnicas federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) e escolas vinculadas a universidades federais. Atualmente, a rede federal conta com 38 institutos federais, dois Cefets e o Colégio Pedro II, além de escolas técnicas ligadas a universidades federais. Cada uma destas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, levando a educação profissional e tecnológica a mais de 680 municípios brasileiros. São mais de 1,5 milhão de estudantes matriculados nos IFs, tanto nos grandes centros quanto no interior do país.

A expansão da rede federal prevê a criação de mais 100 campi dos IFs até 2026, ampliando o acesso à educação profissional e tecnológica em todo o território nacional. Os detalhes do plano de expansão ainda serão definidos, mas a ampliação já é comemorada tanto pela rede de institutos federais quanto pelos estudantes.

Para o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que reúne as instituições da rede federal, o anúncio é positivo e é uma pauta que vem sendo discutida há um tempo. As instituições demandam tanto a expansão, criando novas unidades, quanto a consolidação, ou seja, a finalização de obras em curso e a contratação de pessoal em locais onde isso ainda não foi feito.

“Receber a expansão é um fator importante porque vamos chegar a novos espaços e novas cidades pelas cinco regiões do país, levando a educação profissional e tecnológica pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, que vem abarcando e recebendo a diversidade da sociedade como um todo”, diz o vice-presidente de Relações Parlamentares do Conif e reitor do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF SUL), Flávio Nunes.

Segundo ele, o Conif aguarda ainda as definições de como se dará essa expansão, de como serão selecionados os novos locais e também de como se dará a consolidação.

Os recursos tanto para a expansão quanto para a consolidação estão previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, estão previstos R$ 3,9 bilhões para ambos. Ainda falta, portanto, definir quanto será destinado a cada uma das rubricas.

A expansão será importante também para a oferta do novo ensino médio, que está em discussão no Congresso Nacional. Isso porque grande parte das vagas destina-se ao ensino técnico realizado junto com o ensino médio. O novo ensino médio prevê a flexibilização do currículo, com a possibilidade de escolha de itinerários formativos pelos estudantes, de acordo com seus interesses e projetos de vida. Os IFs poderão oferecer itinerários nas áreas de ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática, além da formação técnica e profissional.