Copom defende equilíbrio fiscal para baixar inflação e juros

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O comitê também ressaltou que o enfraquecimento do esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reiterou a necessidade de cumprir a política fiscal do governo para equilibrar as contas públicas e reduzir a inflação e a taxa básica de juros, a Selic. Em ata da reunião realizada na semana passada o colegiado alertou que as expectativas de inflação acima da meta comprometem a credibilidade e a reputação das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário do país.

Segundo o documento, o Copom considera que a execução das metas fiscais já estabelecidas é fundamental para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária. O comitê também ressaltou que o enfraquecimento do esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública podem elevar a taxa de juros neutra da economia, que é aquela que nem estimula, nem desestimula a atividade econômica.

O Copom explicou que, quando quer conter a demanda aquecida e frear a inflação, ele aumenta a Selic para uma posição acima do juro neutro. Já para incentivar a produção e o consumo, o Copom diminui a Selic. Em caso de economia estável, com a inflação no centro da meta, a Selic tende a ficar próxima da taxa neutra. Portanto, quanto maior for o juro neutro, maior será a Selic.

De acordo com o último Relatório de Inflação do BC, a média da taxa de juros real neutra está em 4,8%, com intervalo entre 4,5% e 5%. O Copom lembrou que não há relação mecânica entre esses fatores e a política monetária, mas as variáveis, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, podem alterar as expectativas de mercado, que influenciam a decisão do BC sobre os juros.

O comitê reconheceu que houve um avanço na desinflação, conforme esperado, mas ainda há um longo caminho a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária.

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