Pessimismo externo faz dólar disparar e bolsa cair no primeiro pregão do ano
A bolsa de valores teve queda de 1,11%, aos 132.696 pontos
O cenário internacional desfavorável afetou o mercado financeiro brasileiro no primeiro dia útil de 2024. O dólar comercial fechou em alta de 1,28%, cotado a R$ 4,915, o maior valor desde outubro de 2023. A bolsa de valores teve queda de 1,11%, aos 132.696 pontos, interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas.
A moeda norte-americana chegou a operar em leve baixa no início do pregão, mas reverteu a tendência após a abertura dos mercados nos Estados Unidos. A valorização do dólar foi influenciada pelas incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), que pode adiar o corte dos juros básicos na maior economia do mundo.
Os investidores estão atentos aos dados de emprego nos Estados Unidos, que serão divulgados na sexta-feira (5). Se a criação de vagas de trabalho for menor do que o esperado, aumentam as chances de o Fed reduzir os juros mais cedo, o que poderia aliviar a pressão sobre o dólar.
Juros mais altos nos Estados Unidos tornam os títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo, mais atrativos para os investidores globais. Isso provoca a saída de recursos de países emergentes, como o Brasil, que oferecem maior risco e menor rentabilidade.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, acompanhou o movimento do dólar e caiu 1,11%, aos 132.696 pontos. O indicador chegou a operar em alta na primeira parte do dia, mas perdeu força no período da tarde, seguindo o desempenho negativo das bolsas internacionais.
Os analistas avaliam que o mercado brasileiro está mais sensível ao cenário externo do que aos fatores domésticos, como a inflação, a política fiscal e a reforma tributária. Eles esperam que a volatilidade continue nos próximos dias, até que haja uma definição mais clara sobre os rumos da economia norte-americana.