O que é a cidade medieval europeia que surge em pleno sertão cearense
Castelos, torres, brasões, estandartes inspirados diretamente no período medieval europeu deram origem a uma “cidade” no sertão cearense, no município de Umirim. Antes mesmo da conclusão, o local já atrai turistas e visitantes, que se questionam do se trata o local.
A cidade tem réplicas fiéis de um castelo medieval, escultura de um guerreiro templário, ponte levadiça e até um calabouço. O empreendimento foi ideia do professor e empresário Oscar Spíndola, 67 anos, natural de Sobral e apaixonado pelo medievo.
O professor Júlio Barros, formado no Centro Europeu De Restauro de Monumentos em Rasfeld, na Alemanha, é um dos coordenadores da obra. O objetivo é construir um campus universitário com todas as características da Europa de mil anos atrás. Algumas áreas terão também inspiração no Brasil colonial.
“Tudo foi inspirado na época tardomedieval [fase final da Idade Média], como a Ilha da Madeira, de Portugal. Aquelas edificações têm significado especial porque registram parte da memória, relembram a história dos templários.”
Os visitantes vão poder passear pelas muralhas ameadas, que lembram os paredões que resguardavam os tesouros de castelos. Quem for até o restaurante da cidade pode jantar em um ambiente adornado pelos brasões dos templários e clãs do período.
Os dormitórios, praças e espaços abertos também têm inspiração medieval e elementos que lembram construções antigas.
Ainda não há data definida para conclusão da cidade.
Brasil Colônia
Além das obras medievais, há réplica de uma cidade do Brasil Colonial, um dos destaques do ambiente. Como explica Júlio Barros, as construções vão do Brasil de 1740 até a chegada da família imperial portuguesa, em 1808. Todos os detalhes das casas, incluindo fechaduras e lustres, são réplicas do período histórico.
“O Brasil colonial é eclético e muito fundamentado também pelos exemplos dos mestres de Dom José de Sobral. Então, nós captamos, eu que sou pesquisador, estudioso, conheço Sobral há muito tempo, e a gente pesquisou, identificou, todas as técnicas são resgatadas.”
O historiador afirmou que os engenheiros estudaram a fundo as obras de Debret e toda a história que envolve as épocas Colonial e até a Imperial.
“Nós temos uma série de edificações partir de 1740 que é a segunda fase do Barroco até o neoclassicismo, com a chegada da família imperial em 1808, e o Debret com a escola de arte Universidade de Arte, no Rio de Janeiro”, afirmou.
O professor Júlio Barros lembra que na cidade existem duas escultoras especiais. A de um guerreiro templário e de um pássaro carcará, um dos símbolos do Nordeste.
“Existe um registro [edificações] do nosso Brasil Colonial fantástico. Com lembranças da escravatura, com técnicas construtivas, tudo ecologicamente correto, tudo com respeito ao ciclo econômico, tudo faz reuso, tem esculturas enormes. As duas maiores esculturas nós temos conhecimento no Brasil, inclusive em aço carbono figurativo do país, estão lá dentro. É um carcará [ave rapina símbolo do Nordeste] e um guerreiro templário. A ave tem 750 quilos e o guerreiro templário que está sendo terminado tem oito metros de envergadura”.
Fonte- G1