Dubladores brasileiros criam campanha e pedem regulamentação de IA

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O movimento Dublagem Viva explica que sua missão não é acabar definitivamente com as ferramentas de dublagem de IA, mas, sim, regularizá-las.

A Inteligência Artificial (IA) parece ter chegado para ficar de vez. A tecnologia, cada vez mais, tem sido amplamente utilizada nas mais diversas áreas, inclusive, no campo do entretenimento. Porém, embora ferramentas de IA, em alguns casos, ajudem a enriquecer ainda mais obras artísticas, isso nem sempre é o caso. A área da dublagem, por exemplo, vem questionando bastante a utilização da tecnologia.

No Brasil, diversos dubladores profissionais conhecidos por muitos fãs de filmes, séries e animações se juntaram recentemente para criar uma campanha que pede a regularização da utilização de IA em obras audiovisuais que englobam dublagens.

Chamado de Dublagem Viva, o movimento conta com a participação de vários profissionais e defende que dublagens devem ser realizadas por seres humanos, e não por recursos artificiais.

A campanha ganhou força e não está restrita somente ao Brasil. O Dublagem Viva também tem o apoio de instituições globais, como o Sindicato de Actores de Voz y Voice Talents de Madrid (NAVTA), a National Association of Voice Actors (Nava) e a Organización de Voces Unidas (OVU).

O movimento Dublagem Viva explica que sua missão não é acabar definitivamente com as ferramentas de dublagem de IA, mas, sim, regularizá-las e estipular um conjunto de regras para que os dubladores profissionais não sejam preteridos no mercado e continuem atuando de maneira ativa.

“A inteligência artificial precisa ser compreendida dentro do contexto social e legal brasileiro e regulamentada. Seu uso indiscriminado pode causar danos sociais e econômicos sensíveis para a nação em um curtíssimo prazo além de danos culturais e, subsequentemente, morais e éticos irreversíveis. Porque neste ponto, a questão deixa de ser o que nos faz brasileiros, mas passa a ser o que nos faz humanos.

Por isso propomos que nenhum ser humano artista, criador, produtor cultural, ou realizador cultural brasileiro de qualquer tipo seja substituído por uma inteligência artificial ou equivalente, porém que nenhum deles seja proibido de fazer uso de uma inteligência artificial para aprimorar seu trabalho.

Nosso interesse não é proibir nenhuma evolução tecnológica, queremos apenas garantir que o que é apenas uma ferramenta de criação não passe a ser entendido como o nosso criador.”

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