Mercado livre de energia atrai mais de 3 mil consumidores em janeiro
Esse é o resultado do primeiro mês de vigência da abertura desse modelo para os consumidores do grupo A
O mercado livre de energia, que permite aos consumidores escolherem o fornecedor de energia elétrica, já conta com mais de 3 mil novos aderentes desde o início do ano. Esse é o resultado do primeiro mês de vigência da abertura desse modelo para os consumidores do grupo A, de média e alta tensão, que antes só estava disponível para as grandes indústrias.
A mudança pode representar uma economia de até 20% nas contas de energia dessas empresas, que podem negociar diretamente com os geradores ou comercializadores de energia, sem a intermediação das distribuidoras. Além disso, os consumidores podem optar por fontes de energias renováveis, como eólica, solar ou biomassa, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
Segundo Marcelo Loureiro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que integra os agentes do setor elétrico no país, o potencial de crescimento do mercado livre de energia é enorme. Ele afirma que mais de 12 mil pequenas e médias empresas já demonstraram interesse de ingressar no ambiente livre nos próximos meses, e que a estimativa é que até o final do ano cerca de 20 a 24 mil empresas façam a migração.
“Para ter noção do que representa tal volume, atualmente temos 38 mil unidades consumidoras que já estão no segmento livre. Isso significa que a quantidade de aderentes possa aumentar esse número em até 50% só neste ano”, diz Loureiro.
Para aderir ao mercado livre de energia, os consumidores devem escolher um comercializador varejista habilitado na CCEE, que é o responsável por intermediar a compra e venda de energia entre os consumidores e os fornecedores. Mais de 100 agentes varejistas já estão habilitados na CCEE, oferecendo diferentes produtos e serviços aos consumidores.
Um deles é a Urca Trading, empresa do Grupo Urca Energia, que atua no mercado livre de energia desde 2018. Dante Beneveni, Ceo da empresa, diz que a redução de custos para os consumidores pode chegar a três faturas por ano, dependendo do perfil de consumo e do tipo de contrato. Ele também cita outros benefícios do mercado livre de energia.
“Poder de escolha, possibilidade de ter mais opções de fornecedor de energia e não ficar restrito àquela distribuidora onde está conectado. E produtos, com a possibilidade de diversificação, seja falando só em energia, produto com desconto garantido ou com preço fixo, ele [consumidor] podendo escolher entre custo e benefícios, com a popularização da energia do mercado livre, iniciando com o atacarejo e depois indo para o varejo de fato. Assim como aconteceu lá fora, a tendência é que esse produto de energia venha para o mercado com novos produtos”, explica Beneveni.
A medida de abertura do mercado livre de energia deve beneficiar principalmente as indústrias e os serviços de pequeno e médio porte, que representam uma parcela significativa do consumo de energia no país. São supermercados, padarias, redes de postos de combustíveis e outros negócios que estejam no grupo A de consumo, que podem ser conferidos na conta de energia. Esses consumidores podem aproveitar a oportunidade de reduzir seus custos e aumentar sua competitividade no mercado, além de contribuir para a diversificação e a sustentabilidade da matriz energética brasileira.