Gol busca recuperação judicial nos EUA para reestruturar dívidas
A empresa disse que a decisão visa proteger seus ativos e credores
A Gol, uma das maiores companhias aéreas do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nesta quinta-feira (25). A empresa disse que a decisão visa proteger seus ativos e credores, além de facilitar o acesso a novos recursos financeiros.
A Gol enfrenta uma crise provocada pela pandemia de Covid-19, que reduziu drasticamente a demanda por viagens aéreas. A empresa acumula uma dívida de cerca de US$ 2,4 bilhões, segundo dados de dezembro de 2023.
A recuperação judicial nos EUA, conhecida como Chapter 11, permite que empresas em dificuldades financeiras continuem operando normalmente enquanto negociam com seus credores um plano de reestruturação. A Gol espera obter um financiamento de US$ 950 milhões nesse processo.
No Brasil, a Gol afirmou que não há necessidade de recuperação judicial e que sua operação segue normalmente. A empresa garantiu que os clientes, os funcionários e os fornecedores não serão afetados pela medida tomada nos EUA.
“A Gol está confiante de que este processo atende aos melhores interesses de seus stakeholders [indivíduos ou grupos que impactam ou são impactados por uma empresa], incluindo colaboradores e clientes, que continuarão a contar com a oferta de voos acessíveis e seguros, além do melhor serviço”, disse a companhia em nota.
A Gol é a primeira companhia aérea brasileira a recorrer ao Chapter 11 nos EUA. Em 2016, a Latam, que tem sede no Chile, e a Avianca, que tem sede na Colômbia, também entraram com pedidos de recuperação judicial nos EUA por causa da crise do setor aéreo.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já havia cobrado explicações da Gol sobre a possibilidade de recuperação judicial após reportagens na imprensa sobre o assunto. A empresa confirmou a informação nesta quinta-feira, por meio de um Fato Relevante, documento que as empresas de capital aberto devem divulgar quando há algo que possa influenciar o mercado de ações. As ações da Gol caíram 4,5% na bolsa de São Paulo nesta quinta-feira, fechando a R$ 12,50.