Saúde mental: especialistas orientam sobre como identificar um surto psicótico

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A aposentada Regina Germana de Oliveira, de 71 anos, precisou ser internada no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), após sofrer uma crise. Ela revela que tem depressão e, quando parou de tomar as medicações por conta própria, sofreu um surto psicótico em casa. “Eu quebrei muitos objetos, chorei muito, fiquei totalmente descontrolada. Meus familiares me trouxeram para a emergência do HSM e fiquei alguns dias recebendo todo o tratamento necessário”, conta.

Após receber alta, Regina voltou ao HSM. Dessa vez, para receber acompanhamento no Hospital Dia Lugar de Vida, onde o paciente é acompanhado por equipe multiprofissional para evitar uma nova crise. “Há quatro meses tenho vindo aqui, onde recebo orientação com psicólogo, psiquiatra e apoio de outros profissionais. Já me sinto bem melhor e com mais vontade de viver”, revela.

A psiquiatra e diretora técnica do HSM, Emanuella Lacerda, explica que surto é uma palavra conhecida popularmente para denominar o que tecnicamente caracteriza-se como uma crise na alteração de comportamento e pensamento. “Durante um surto psicótico o paciente pode apresentar alucinações, delírios, ansiedade, agressividade, pensamento ou comportamento desorganizado e, geralmente, a pessoa apresenta um discurso confuso, incoerente, narrando uma história que não existe, alterando pensamento e comportamento”, esclarece.

Quem pode ter um surto psicótico?
De acordo com a especialista, qualquer indivíduo está sujeito a desenvolver um quadro psicótico por diferentes traumas, experiências de vida, questões orgânicas e psíquicas. Mas geralmente, é causado por doenças psiquiátricas, em especial os transtornos psicóticos, como a esquizofrenia.

Também podem ser desencadeados por outros transtornos psiquiátricos como depressão em sua forma mais grave, transtorno bipolar, transtornos ansiosos, assim como possíveis danos neurológicos, vindo de lesão ou trauma. “As pesquisas indicam que alguns transtornos mentais como a bipolaridade e a esquizofrenia possuem relações genéticas e estão entre possíveis causas de psicose. O abuso de substâncias químicas e a dependência química causam alterações cerebrais e podem desencadear um surto psicótico, pois acontecem alterações cerebrais de diversos neurotransmissores que podem acelerar o processo de desequilíbrio emocional”, afirma.

O que fazer diante de uma crise?
A psiquiatra reforça que sintomas graves, que estão gerando risco para si ou terceiros, necessitam de uma avaliação imediata. “Indicamos a internação hospitalar quando os sintomas estão gerando risco à vida e necessitando de vigilância intensiva onde já está em um grau de difícil manejo de forma ambulatorial”, frisa. Somente os especialistas podem orientar sobre como proceder com o paciente.

Ela explica que se alguém estiver diante de um paciente em crise psicótica, o ideal é buscar com urgência uma avaliação do médico psiquiatra para orientar o tratamento adequado e manejo ideal em relação aos sintomas que aparecerem. Isso evitará a evolução da doença e situações de risco.

O Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) possui emergência 24h para atender casos graves de transtornos psiquiátricos.

Fonte- SESA

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