Mercado Financeiro Reduz Previsão de Inflação para 3,76% em 2024

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A pesquisa, realizada pelo Banco Central (BC), reúne semanalmente as expectativas de instituições financeiras

O mercado financeiro reduziu a previsão de inflação para 2024 de 3,8% para 3,76%, conforme divulgado no Boletim Focus desta terça-feira (15). A pesquisa, realizada pelo Banco Central (BC), reúne semanalmente as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

A projeção da inflação para 2025 permaneceu em 3,51%, enquanto para 2026 e 2027, as previsões são de 3,5% para ambos os anos. A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em janeiro, a inflação do país foi de 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos, abaixo do valor apurado em dezembro, de 0,56%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula 4,51%.

Para alcançar a meta de inflação, o BC utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – atualmente definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já levou o BC a cortar os juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve continuar com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

O Copom indicou em comunicado que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista, necessária para o processo desinflacionário. A interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico de longo prazo.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic foi reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Devido à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o BC reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que reflete nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

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