Vítima de atropelamento pelo empresário Eder Mourão luta por justiça
A vítima, Ana Paula Martins afirma que o processo está parado e que até agora só o empresário tem conseguido vitória na justiça
No Dia Internacional da Mulher o Sistema Paraíso conversou com Ana Paula Martins, 42, nutricionista, vítima da irresponsabilidade do condutor de um veículo, modelo Hilux SW4, blindado, o empresário Éder Mourão, que a atropelou deixando-a paraplégica. O atropelamento aconteceu no dia 16 de janeiro de 2020, quando a nutricionista e sua irmã, Sandra Martins, seguiam para o trabalho.
Momentos antes de atropelar as duas mulheres, o condutor do carro blindado havia sido denunciado para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por manobras perigosas na BR 222. Em Sobral, na rotatória do Arco do Triunfo, Éder Mourão furou um bloqueio da PRF parando apenas depois de bater na motocicleta das irmãs, na avenida Ildefonso Cavalcante bairro Campo dos Velhos. A defesa do acusado alega que o atropelador teve um surto psicótico.
Desde então a nutricionista trava uma luta por justiça, saúde e sobrevivência enquanto o responsável pela tragédia em sua vida, desfruta da impunidade sem sequer oferecer ajuda financeira.
Ana Paula Martins disse para o Sistema Paraíso que o processo está parado na justiça há quatro anos e que Éder Mourão está levando uma vida normal, enquanto ela ficou sem liberdade, presa a uma cadeira de rodas sem movimentos dos seios para baixo.
Exemplo de mulher forte, a nutricionista, trava diariamente uma luta para realizar as tarefas mais simples, dependendo da ajuda de terceiros.
“Hoje eu não tenho liberdade, vivo dependendo de pessoas para vestir a roupa, levantar e deitar na cama, todos estes mínimos detalhes que são super importantes que a gente faz no dia a dia sem nem se sentir, eu não consigo fazer. Minha vida é da cama para a cadeira de roda. Do peito para baixo no tenho sensibilidade”, afirmou Ana Paula.
Além da limitação física a cadeirante tem que arcar com os custos de tratamentos como a fisioterapia que segundo ela apenas o serviço ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não é suficiente.
Ana Paula Martins finaliza a conversa com a equipe de reportagem lembrando do papel da mulher na sociedade que é de trabalho e responsabilidades na família, coisa que depois do acidente ficou limitada para ela, como cuidar do filho.
“Existe uma limitação, pois hoje eu consigo em parte acompanhar meu filho na escola e às vezes ele me cobra isso. Aí eu peço alguém para me levar no carro para levar e pegar ele sem descer do carro. Faço isso para poder me sentir cumprindo esse papel de mãe e de mulher de cuidar da casa, dos filhos e de trabalhar”, relatou a nutricionista.
O Portal Paraíso se solidariza com Ana Paula Martins, exemplo de luta por justiça e sobrevivência, depois ter sido vítima da irresponsabilidade no voltante de um empresário que, depois de quatro anos do atropelamento, vive como se nada tivesse cometido sem sequer amparar a vítima no custeio dos tratamentos necessários para que ela no mínimo consiga se sentir amparada, coisa que até o momento a justiça não lhe concedeu.