A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19, do Hospital Regional Norte, em Sobral, está em 85%, segundo o IntegraSus, plataforma do governo estadual para monitoramento da pandemia. Poderia ser bem menor se HRN não tivesse reduzido em 53% a oferta de leitos. A taxa de ocupação seria de apenas 46%. Da primeira para segunda onda, houve redução de mais de 50% na oferta de leitos.

Gestores do Hospital Regional Norte não acreditaram na segunda onda ou imaginaram que ela seria bem menos danosa. Só isso para justificar a retirada de 67 leitos de UTI que estavam à disposição para tratamento da Covid. A diminuição do número leitos foi de 53%. Até agosto, pelo menos, totalizava 125 leitos de UTI e 81 de enfermaria, conforme registro na matéria publicada no site do governo do estado: HRN anuncia a ampliação de leitos.

De 125 leitos de UTI, restaram apenas 58. Subiu, agora em março, para 68, quando foi anunciado que “com dez novos leitos, HRN soma 100 unidades de enfermaria e de UTI para Covid-19”. A matéria, assinada pela jornalista Tereza Fernandes, da assessoria de comunicação, foi publicada no site do governo. O texto informa que “subiu” para 68 leitos de UTI e 32 de enfermaria.

Desde o início da pandemia, virologistas já alertavam sobre a segunda onda e recomendaram manter os cuidados mesmo se houvesse achatamento da curva. Parte dos gestores não acreditou, como o então prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio. Depois de vultoso investimento, o hospital, que começara a funcionar em abri, foi desmontado em setembro.