Cientistas brasileiros desenvolvem armadilha para combater o mosquito da dengue

Foto: Shammiknr/Pixabay
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A armadilha funciona por 30 dias, durante dia e noite, matando os mosquitos

Pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense desenvolveram uma ferramenta inovadora e de baixo custo para o controle de pernilongos e do Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.

O produto, batizado de MataAedes, é ambientalmente seguro e fácil de usar, segundo Adriano Rodrigues de Paula, um dos autores da pesquisa. “A armadilha é fácil de usar. Depois de aberta, pode ser colocada em cima de um móvel e já estará matando os mosquitos adultos. A armadilha funciona por 30 dias, durante dia e noite, matando os mosquitos. E depois precisa ser trocada, mas é descartável e 100% biodegradável”, explica.

Desenvolvido à base de um fungo, o mecanismo atrai e mata mosquitos em até 48 horas. “O fungo é um inimigo natural de insetos, encontrado comumente nas florestas. Nossa startup isolou esse fungo, cultivou no laboratório, e fez uma formulação para ser utilizada nas nossas armadilhas, para controlar mosquitos adultos. A armadilha simula um ambiente perfeito para o mosquito se esconder e descansar. Mas eles acabam morrendo por causa da contaminação do fungo que está dentro da armadilha”, acrescenta Adriano.

Foram mais de 10 anos de testes, análises, monitoramento e controle biológico. “E os resultados são animadores. Residências que recebem armadilhas com fungo têm redução de mais ou menos 80% da população de mosquitos, comparando com as residências que não recebem armadilhas com fungo. É mais uma ferramenta para o controle dos mosquitos Aedes aegypti e pernilongo, e deve ser utilizada com outras estratégias para o controle desse vetor, como a eliminação de criadouros a colocação de telas em janelas. A diminuição da população de mosquitos, consequentemente, reduzirá os índices de dengue, zika e chikungunya.”

O estudo contou com apoio financeiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

A armadilha foi aplicada em mais de 200 residências, estabelecimentos comerciais e espaços públicos em Campos dos Goytacazes e Barra de São João, no noroeste fluminense, demonstrando seu potencial para ser uma ferramenta eficaz no combate a essas doenças transmitidas por mosquitos.

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