Sindicatos e especialistas questionam venda da Avibras a estrangeiros
A notícia gerou críticas de sindicatos e especialistas
A Avibras Indústria Aeroespacial, uma das principais empresas de defesa do Brasil, está negociando sua venda para o grupo australiano Defendtex. A notícia gerou críticas de sindicatos e especialistas, que argumentam que a transferência do controle da companhia para o exterior coloca em risco a capacidade de defesa nacional, fragilizando a soberania do país.
A Avibras, que está em recuperação judicial e há mais de um ano sem pagar salários, confirmou o negócio com o grupo australiano nesta semana. Segundo a empresa, a venda visa à recuperação econômico-financeira da Avibras, mantendo suas unidades fabris no Brasil, retomando as operações o mais breve possível e mantendo o fornecimento previsto nos contratos com o governo brasileiro e demais clientes.
Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, classificou o negócio como um “crime de lesa-pátria” e defendeu a estatização da indústria. Ele argumenta que, caso o país entre em guerra, precisará de uma Avibras, e que a venda fere a soberania brasileira.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também defende a manutenção do capital nacional da empresa. Loricardo de Oliveira, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, afirmou que a medida prejudica os esforços de reindustrialização do país que o governo tenta avançar. A CUT também se preocupa com o passivo trabalhista da empresa, que estaria em torno de R$ 600 milhões.
Loricardo informou que tem havido negociação com o Ministério da Defesa e que se tenta criar uma frente parlamentar para defender a indústria da defesa. Ele defende que não só a Avibras, mas o conjunto da produção nacional da indústria da defesa precisa estar no olhar do governo como um produto estratégico de conteúdo nacional.