Ceará tem 3,4 milhões de pessoas com algum nível de insegurança alimentar, diz IBGE
O Ceará, estado nordestino do Brasil, enfrenta desafios significativos em relação à segurança alimentar. De acordo com as estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último trimestre de 2023, cerca de 3,4 milhões de pessoas no estado vivem com algum grau de insegurança alimentar.
A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia)
A Ebia classifica a insegurança alimentar em três níveis:
Leve: Nesse nível, os moradores têm preocupações quanto ao acesso futuro aos alimentos. Eles precisam comprometer a qualidade da alimentação para garantir que haja insumos suficientes para todos os membros do lar. Segundo a Pnad, 2,1 milhões de cearenses encontram-se nessa situação.
Moderada: A insegurança alimentar moderada afeta 245 mil domicílios, o que representa 724.000 pessoas ou 7,7% da população. Nesse estágio, os moradores, principalmente os adultos, já enfrentam restrições quantitativas de alimentos.
Grave: O nível grave de insegurança alimentar é a realidade de 546 mil pessoas no Ceará. Isso significa falta de alimentos para todos os moradores, inclusive para as crianças da casa.
Regionalidades e Desigualdades
As regiões Nordeste e Norte apresentam as maiores taxas de insegurança alimentar, enquanto o Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm proporções mais elevadas de domicílios em segurança alimentar. No Nordeste e no Norte, a proporção de domicílios em insegurança alimentar cai para 60%.
Norte: Possui a maior porcentagem de domicílios em insegurança alimentar grave, com 7,7%.
Nordeste: Apresenta 6,2% de domicílios nesse nível de fome.
Sul e Sudeste: Apenas 2% e 2,9% das residências, respectivamente, estariam no nível grave de insegurança alimentar.
Tendências e Desafios
Em 2023, 4,1% dos domicílios brasileiros enfrentavam insegurança alimentar grave, 5,3% no nível moderado e 18,2% na categoria leve. Embora tenha havido melhora em relação à pesquisa de 2018, a Pnad Contínua de 2023 destaca que os domicílios em insegurança alimentar ainda têm maior proporção de responsáveis mulheres e pessoas negras ou pardas. Além disso, a escolaridade do responsável pelo domicílio está diretamente relacionada ao nível de insegurança alimentar, com maior incidência nos índices entre aqueles com baixa escolaridade .