Contas externas do Brasil registram saldo negativo em março

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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No mesmo mês do ano anterior, houve um superávit de US$ 698 milhões nas transações correntes

As contas externas do Brasil registraram um saldo negativo de US$ 4,579 bilhões em março de 2024, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (2). No mesmo mês do ano anterior, houve um superávit de US$ 698 milhões nas transações correntes, que incluem compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A piora na comparação anual é resultado da redução do superávit comercial, que caiu US$ 4,2 bilhões. Segundo Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, isso se deve à queda das exportações devido à redução nos preços internacionais das commodities, especialmente soja e petróleo, duas das principais commodities exportadas pelo Brasil.

Contribuindo para o resultado negativo nas transações correntes, os déficits em serviços e renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) aumentaram em US$ 660 milhões e US$ 378 milhões, respectivamente.

Em 12 meses encerrados em março, o déficit em transações correntes foi de US$ 32,606 bilhões, equivalente a 1,46% do Produto Interno Bruto (PIB), ante o saldo negativo de US$ 27,330 bilhões (1,23% do PIB) no mês anterior, fevereiro de 2024. Em relação ao período equivalente terminado em março de 2023, houve retração; na ocasião, o déficit em 12 meses somou US$ 49,323 bilhões (2,46% do PIB).

Rocha ressaltou que as transações correntes têm um cenário bastante robusto, com tendência de redução nos déficits em 12 meses, principalmente devido aos resultados positivos da balança comercial. Ele destacou que é um déficit externo baixo que está financiado por capitais de longo prazo, principalmente pelos investimentos diretos no país, que têm fluxos de boa qualidade, “mostrando a solidez da posição externa do país”.

Os dados do Investimento Direto no País (IDP) superaram as expectativas em março e somaram US$ 9,591 bilhões, um aumento de 30,6% em relação ao resultado de março de 2023, que foi de US$ 7,345 bilhões. É o maior IDP para os meses desde 2012, quando chegou a US$ 15 bilhões.

No acumulado de janeiro a março de 2024, o déficit nas transações correntes ficou em US$ 14,398 bilhões, contra um saldo negativo de US$ 12,620 bilhões no primeiro trimestre de 2023.

As exportações de bens totalizaram US$ 28,484 bilhões em março, uma queda de 14% em relação ao mesmo mês de 2023. As importações somaram US$ 23,365 bilhões, uma redução de 1,9% na comparação com março do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com um superávit de US$ 5,119 bilhões em março, ante um saldo positivo de US$ 9,279 bilhões no mesmo período de 2023.

O déficit na conta de serviços – viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros – somou US$ 3,742 bilhões em março, ante os US$ 3,083 bilhões no mesmo mês de 2023, um crescimento de 21,4%. “Tanto pelo ponto de vista das receitas quanto das despesas, nós tivemos valores recordes da série histórica para meses de março, sinalizando a internacionalização da economia brasileira”, afirmou Fernando Rocha.

Houve redução nas despesas em viagens, compensada por aumento em transporte e outras contas como propriedade intelectual e serviços de telecomunicação, computação e informação. Rocha destacou que, recentemente, outras rubricas têm mostrado um “dinamismo mais acentuado”, para a demanda que os brasileiros têm a partir de serviços fornecidos pelo exterior.

O déficit na rubrica de transportes passou de US$ 1,141 bilhão em março de 2023 para US$ 1,294 bilhão no mesmo mês de 2024, alta de 13,4%. Já em aluguel de equipamentos, as despesas líquidas ficaram estáveis e somaram US$ 951 milhões em março último, contra US$ 924 milhões em março do ano passado. As duas rubricas estão associadas à dinâmica da atividade produtiva, investimentos e volume de importações.

No caso das viagens internacionais, em março, o déficit na conta fechou com redução de 16,7%, chegando a US$ 455 milhões, ante déficit de US$ 546 milhões em março de 2023. Segundo Rocha, a conta vem se recuperando, com alta nas rubricas, entretanto, em março, enquanto as receitas mantiveram a trajetória recente de crescimento, as despesas tiveram um “ponto fora da curva”, de redução no mês.

As receitas, que são os gastos de estrangeiros em viagem ao Brasil, cresceram 3,9% na comparação interanual e chegaram a US$ 592 milhões em março, contra US$ 570 milhões no mesmo mês de 2023. Enquanto as despesas de brasileiros no exterior passaram de US$ 1,115 bilhão em março do ano passado para US$ 1,046 bilhão no mesmo mês de 2024, redução de 6,2%.

Também contribuíram para o aumento do déficit em serviços as despesas líquidas com serviços de propriedade intelectual, que somaram US$ 650 milhões em março de 2024, ante US$ 423 milhões em março do ano passado. Na mesma base comparativa, as despesas líquidas de serviços de telecomunicação, computação e informação totalizaram US$ 773 milhões, ante US$ 488 milhões em março de 2023. Essas contas estão vinculadas a novos serviços, como operações de pagamento de licenças de softwares. assistant’ Contas Externas do Brasil Registram Déficit de US$ 4,6 Bilhões em Março

SOBRAL, CE – O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (2) que as contas externas do Brasil registraram um saldo negativo de US$ 4,579 bilhões em março de 2024. No mesmo mês do ano anterior, houve um superávit de US$ 698 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A piora na comparação anual é resultado da redução do superávit comercial, que caiu US$ 4,2 bilhões. Segundo Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, isso se deve à queda das exportações devido à redução nos preços internacionais das commodities, especialmente soja e petróleo, duas das principais commodities exportadas pelo Brasil.

Contribuindo para o resultado negativo nas transações correntes, os déficits em serviços e renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) aumentaram em US$ 660 milhões e US$ 378 milhões, respectivamente.

Em 12 meses encerrados em março, o déficit em transações correntes foi de US$ 32,606 bilhões, equivalente a 1,46% do Produto Interno Bruto (PIB), ante o saldo negativo de US$ 27,330 bilhões (1,23% do PIB) no mês anterior, fevereiro de 2024. Em relação ao período equivalente terminado em março de 2023, houve retração; na ocasião, o déficit em 12 meses somou US$ 49,323 bilhões (2,46% do PIB).

Rocha ressaltou que as transações correntes têm um cenário bastante robusto, com tendência de redução nos déficits em 12 meses, principalmente devido aos resultados positivos da balança comercial. Ele destacou que é um déficit externo baixo que está financiado por capitais de longo prazo, principalmente pelos investimentos diretos no país, que têm fluxos de boa qualidade, “mostrando a solide.

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