Humberto Teixeira, um dos grandes parceiros de Luiz Gonzaga e uma figura incontornável da cultura brasileira, foi recentemente nomeado Patrono da Música Popular Cearense pelo Governo do Estado do Ceará. Essa honraria foi concedida por meio da Lei nº 18.755, sancionada em 2 de maio. A autoria da norma é do deputado estadual Oscar Rodrigues (União Brasil), com coautoria do também deputado Guilherme Sampaio (PT). O projeto de lei, idealizado por ambos, passou pela aprovação na Assembleia Legislativa e já foi publicado no Diário Oficial.

Nascido em 1915 na cidade de Iguatu, no interior do Ceará, Humberto Teixeira desempenhou um papel fundamental no sucesso do Baião. Ele foi um dos responsáveis por levar o ritmo nordestino para o cenário nacional. Aos 15 anos, Humberto deixou sua cidade natal e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de ampliar sua formação cultural, conectando-se ao ambiente urbano. Apesar de ter se formado em Direito, sua verdadeira paixão era a música. Essa paixão era compartilhada com seu cunhado Lauro Maia, que o apresentou a Luiz Gonzaga.

O encontro entre essas duas lendas da música ocorreu em agosto de 1945, no escritório de advocacia de Humberto, localizado no centro do Rio de Janeiro. Luiz Gonzaga compartilhou com ele a ideia de representar a música autêntica do Nordeste nos grandes centros do país. Foi nesse momento que a dupla de compositores começou a dar vida a “Asa Branca”, uma das canções mais icônicas da música brasileira, e também a “No Meu Pé de Serra”, que se tornou parte essencial do repertório de Gonzaga.

A partir desse encontro, a carreira de Luiz Gonzaga ganhou ainda mais destaque na Música Popular Brasileira. O Baião, que antes era restrito aos violeiros-repentistas do Nordeste, passou a ser um gênero musical tocado em todo o país. A contribuição de Humberto Teixeira foi fundamental para essa transformação.

Além de sua parceria musical com Gonzaga, Humberto também se dedicou à política e às atividades jurídicas. Ele foi eleito deputado federal pelo Ceará e continuou a influenciar a cultura brasileira. O “Doutor do Baião” deixou um legado cultural amplo e inspirador. Sua música e sua trajetória continuam a ecoar nas notas e nas memórias de todos os amantes da música nordestina e brasileira.