Apesar desse cenário as transações correntes têm um cenário robusto

As contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 2,516 bilhões em abril de 2024, conforme divulgado pelo Banco Central. Esse resultado representa uma significativa piora em comparação com o déficit de US$ 247 milhões registrado no mesmo mês de 2023. Vamos analisar os principais fatores que contribuíram para essa situação:

1. Superávit Comercial Reduzido: O superávit comercial, que é a diferença entre exportações e importações de bens, teve uma queda de US$ 578 milhões, contribuindo para o resultado negativo nas transações correntes.
2. Déficits em Serviços e Renda Primária: Os déficits em serviços (como viagens internacionais, transporte e aluguel de equipamentos) e renda primária (pagamento de juros, lucros e dividendos de empresas) aumentaram em US$ 844 milhões e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.
3. Renda Secundária Oscilou: A renda secundária, que inclui doações e remessas de dólares, variou de déficit para superávit, com um aumento de US$ 249 milhões.

Apesar desse cenário, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que as transações correntes têm um cenário robusto e estão financiadas por capitais de longo prazo, principalmente investimentos diretos no país. O Investimento Direto no País (IDP) em abril somou US$ 3,867 bilhões, um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2023.

A balança comercial fechou com superávit de US$ 6,798 bilhões no mês passado, e as exportações de bens totalizaram US$ 31,356 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 24,558 bilhões. Vale destacar que o aumento na quantidade de bens importados incluiu os criptoativos, que tiveram um crescimento expressivo em relação a abril de 2023.

Em relação aos investimentos, o IDP é uma fonte importante de financiamento, aplicado no setor produtivo e com previsão de atingir US$ 70 bilhões em 2024. O estoque de reservas internacionais ficou em US$ 351,599 bilhões em abril de 2024, com um recuo em comparação ao mês anterior.