Indústria brasileira recuo em abril, mas acumulado alta em 2024

Foto: Agência Brasil
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O setor ainda apresenta crescimento significativo no acumulado do ano

A produção da indústria brasileira registrou uma queda de 0,5% em abril, interrompendo dois meses consecutivos de resultados positivos. No entanto, o setor ainda apresenta crescimento significativo no acumulado do ano, com alta de 3,5%, e nos últimos 12 meses, com aumento de 1,5%.

Comparando com abril do ano anterior, observamos um crescimento expressivo de 8,4%. Vale ressaltar que abril de 2024 teve quatro dias úteis a mais do que o mesmo mês em 2023, o que influencia essa comparação.

Apesar da queda recente, a indústria brasileira ainda enfrenta desafios. Ela se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Esses dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na análise de abril em relação a março de 2024, apesar do recuo de 0,5%, a produção industrial apresentou predominância de resultados positivos. Três das quatro grandes categorias tiveram expansão, assim como 18 das 25 atividades pesquisadas.

Alguns segmentos, no entanto, mostraram queda na produção. Destacam-se o setor extrativo, que recuou 3,4% devido à queda na produção de minério de ferro e petróleo, e o setor de alimentos, com uma redução de 0,6% em abril.

André Macedo, gerente da pesquisa, explica que esses dois setores representam cerca de 30% da estrutura industrial. Ele também ressalta que, apesar das quedas pontuais, há crescimento em outros produtos, como carnes de aves, suínos e açúcar.

Um fator otimista é o desempenho da indústria de transformação, que teve o quinto mês consecutivo com resultado positivo. Em abril, o crescimento foi de 0,3%, e nos últimos sete meses, a alta acumulada é de 2,6%. Esse ramo está no mesmo nível pré-pandemia.

Outro destaque é a indústria automobilística, que registrou melhora na produção de automóveis, caminhões, autopeças e ônibus. Esse movimento está relacionado ao mercado doméstico, influenciado pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, com aumento de pessoas ocupadas e da massa de rendimentos. O setor específico de veículos automotores, reboques e carrocerias expandiu 13,2% em relação a março.

Apesar desses avanços, André Macedo enfatiza que o setor automobilístico ainda está abaixo do patamar pré-pandemia. A redução da taxa de juros e a queda da inadimplência também contribuíram para o dinamismo desse segmento.

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