A redução das perdas de água de 37,8% para 25% resultaria em ganhos econômicos de R$ 40,9 bilhões até 2034
O Ceará ocupa a 12ª posição entre os estados brasileiros com maior taxa de desperdício de água. Segundo o “Estudo de Perdas de Água 2024 (SNIS, 2022): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, o estado perde 44,38% do volume total de água anualmente antes de chegar às residências. Esse desperdício ocorre devido a vazamentos nas redes, erros de medição e consumos não autorizados, conhecidos como “gatos”.
Fortaleza, a capital cearense, também apresentou melhorias. Entre 2018 e 2022, a cidade reduziu suas perdas de água em 11,51 pontos percentuais, saindo de 48,13% para 36,62%.
Apesar da queda no índice nacional de desperdício, que foi de 37,78%, ainda estamos longe do ideal. De acordo com a Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), um município deve ter no máximo 25% de perdas na distribuição para ser considerado excelente em eficiência.
Goiás é o estado com menor índice de perdas, com 28,34%. No entanto, todos os outros estados ainda enfrentam mais de 30% de desperdício. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, mais de 7,6 mil piscinas de água potável são desperdiçadas diariamente.
Considerando apenas as perdas físicas (vazamentos), o volume de mais de 3,6 bilhões de metros cúbicos (m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 54 milhões de brasileiros em um ano.
Além disso, a redução das perdas de água de 37,8% para 25% resultaria em ganhos econômicos de R$ 40,9 bilhões até 2034. É fundamental que medidas sejam tomadas para melhorar a gestão e o uso consciente desse recurso tão precioso.