Ceará: chuvas de janeiro a junho de 2024 ultrapassam os números de 2023 inteiro
Os registros de chuvas no estado do Ceará de janeiro a junho de 2024 já são maiores do que as precipitações observadas em todo o ano de 2023. Conforme acompanhado pela Fundação Cearense de Meteorologia de Recursos Hídricos (Funceme), o ano passado registrou média observada de 839,6 milímetros, enquanto os registros deste ano já somam, até o momento, 856,8 milímetros.
Até agora, o estado tem precipitações dentro da normalidade para o ano, mas pode ainda ficar acima do esperado, a depender dos registros nos meses seguintes. Já há, no entanto, um desvio positivo de 5,9% em relação à média histórica considerada normal para o Ceará, de 809,1 milímetros.
Quadra chuvosa
Os números positivos são em parte reflexo de uma quadra chuvosa com resultados expressivos neste ano, considerando o período de fevereiro a maio. O estado registrou um aporte de 9,49 bilhões de metros cúbicos na quadra chuvosa de 2024, equivalente ao melhor resultado desde o ano de 2009, há 15 anos. Segundo os dados da Funceme, durante esse período foi registrado um volume pluviométrico de 764 milímetros, 25,4% acima da média.
Com isso, o Ceará conta atualmente com uma reserva hídrica com volume de 10,54 bilhões de metros cúbicos, nos 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Nesse quesito, trata-se do maior número desde 2012.
Nesse período, as chuvas ficaram concentradas principalmente na Regiao Metropolitana de Fortaleza (RMF), mas também foi distribuída de forma irregular nas outras regiões do estado. As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana, Serra da Ibiapaba, Salgado e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, com volumes acima de 70%, com destaque para o Baixo Jaguaribe e Litoral, que registram 100% de seu armazenamento.
Mesmo com a boa perspectiva, é necessário prudência, visto que o Ceará fica em uma região semiárida. “Nem sempre chuva resulta em aportes. As chuvas, mesmo na média ou até acima da média, carecem de constância e precisam cair no lugar certo para gerar escoamento e, consequentemente, aportes”, diz Yuri Castro, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Fonte- GCMAIS