Somente em 2022, 3.806 mulheres foram mortas, resultando em uma taxa de 3,5 homicídios a cada 100 mil mulheres

Entre 2012 e 2022, 48.289 mulheres foram assassinadas no Brasil, de acordo com o Atlas da Violência divulgado na última terça-feira (18/6). Somente em 2022, 3.806 mulheres foram mortas, resultando em uma taxa de 3,5 homicídios a cada 100 mil mulheres.

Os índices alarmantes se tornam ainda mais sombrios quando se examina a localização dos crimes e as disparidades raciais entre as vítimas. Segundo o estudo, uma das principais características que ajudam a entender a violência letal contra mulheres é o local de ocorrência da morte.

A maioria dos homicídios ocorre dentro das residências e são cometidos por autores conhecidos das vítimas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que cerca de 70% dos feminicídios identificados pelas polícias civis aconteceram dentro de casa. Em 2022, 34,5% dos homicídios de mulheres ocorreram em domicílios, totalizando 1.313 vítimas. Esse percentual é próximo à proporção de feminicídios identificados pelas polícias brasileiras, que em 2022 chegou a 36,6%.

A pesquisa utiliza o termo “homicídios de mulheres” e não feminicídio, já que os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) não diferenciam feminicídio de homicídio. Portanto, o termo “homicídios de mulheres” tenta capturar os feminicídios, mesmo que esses casos não sejam explicitamente identificados como tal nos registros.

Entre os homens, a maioria dos homicídios ocorre na rua ou estrada. Em 2022, apenas 12,7% dos homicídios de homens aconteceram nas residências.