Banco Central eleva estimativa de crescimento do PIB para 2,3%

Foto: Vosmar Rosa/MPOR
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A instituição avaliou que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto econômico menor do que o inicialmente previsto

O Banco Central (BC) revisou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, elevando a previsão de 1,9% para 2,3%, conforme divulgado no relatório de inflação do segundo trimestre, publicado nesta quinta-feira (27). No primeiro trimestre do ano, o PIB registrou um crescimento de 0,8%, ritmo que foi considerado “robusto e superior ao esperado” pelo BC. Além disso, a instituição avaliou que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto econômico menor do que o inicialmente previsto.

De acordo com o relatório, a atividade econômica interna e o mercado de trabalho mostraram-se aquecidos, contribuindo para a queda no desemprego e o aumento dos salários. “Esses fatores justificaram a revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram uma expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, afirmou o BC.

No cenário externo, o BC destacou que o ambiente continua adverso, exigindo cautela dos países emergentes. O relatório aponta que permanecem elevadas as incertezas sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre a velocidade da queda da inflação de forma sustentada em diversos países. “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, descreve o documento.

O BC também ajustou a previsão de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, que agora deve ficar em 4%, frente à previsão anterior de 3,5%. Apesar de ter havido um recuo na inflação, aumentou a expectativa de desancoragem. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresentou um recuo de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. A inflação também registra queda ao observar seus núcleos e a métrica trimestral.

“Contudo, o recuo da inflação no último trimestre foi menor do que o projetado no cenário de referência do relatório anterior (surpresa de +0,14 p.p.), destacando-se a alta mais intensa dos alimentos. Em meio ao aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já se encontravam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, indica o documento.

As projeções do BC apontam um aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, com uma posterior retomada da trajetória de declínio, permanecendo, porém, acima do centro da meta, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres deve encerrar 2023 em 4,6%, com projeção de queda para 4,0% em 2024, 3,4% em 2025, e 3,2% em 2026, diante da meta de 3%.

O BC destacou ainda que, em comparação com o relatório anterior, a projeção de inflação para 2024 e 2025 aumentou. A elevação para 2024 atingiu 0,5 p.p. e para 2025 alcançou 0,2 p.p. “Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, conclui o documento.

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