Venezuelanos vão às urnas em eleição presidencial marcada por incertezas

Foto: Carlos Garcia Rawlins
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As pesquisas eleitorais na Venezuela divergem quanto ao resultado do pleito presidencial

Cerca de 21 milhões de venezuelanos vão hoje (28) às urnas para eleger o próximo presidente, que governará o país sul-americano entre 2025 e 2031. O atual presidente, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, enfrenta nove concorrentes, em um pleito cercado de incertezas e expectativas.

Esta é a primeira eleição desde 2015 em que toda a oposição aceitou participar. Desde 2017, os principais partidos de oposição vinham boicotando as eleições nacionais, alegando falta de transparência e fraude eleitoral.

As pesquisas eleitorais na Venezuela divergem quanto ao resultado do pleito presidencial. Algumas enquetes apontam para uma vitória com ampla margem do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, enquanto outros levantamentos sugerem uma vitória confortável do atual presidente Nicolás Maduro.

A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro. O país também passou por uma grave crise econômica, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB, resultando na migração de mais de 7 milhões de pessoas.

Desde meados de 2021, a economia venezuelana vem mostrando sinais de recuperação. A hiperinflação foi controlada, e a economia voltou a crescer em 2022 e 2023. No entanto, os salários continuam baixos e os serviços públicos deteriorados. Desde 2022, o embargo econômico vem sendo parcialmente flexibilizado, e um acordo entre oposição e governo foi firmado para as eleições deste ano. Apesar disso, denúncias de prisões de opositores nos últimos dias e recusas de alguns candidatos da oposição, incluindo o favorito Edmundo González, a assinar um acordo para respeitar o resultado eleitoral, lançam dúvidas sobre o dia após a votação.

Mais cedo, o presidente Nicolás Maduro, que tenta se reeleger, votou em Caracas, capital venezuelana. “Reconheço o árbitro eleitoral. E tudo o que o árbitro eleitoral disser será reconhecido. Não apenas reconhecido, mas defendido”, afirmou aos jornalistas antes de deixar o local de votação.

O candidato da oposição, Edmundo González, também compareceu às urnas. Após votar, ele declarou à imprensa que o espírito democrático dos venezuelanos está mais vivo do que nunca. “Confiamos que as Forças Armadas vão respeitar a decisão do nosso povo”, afirmou.

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