Ministério da Saúde reforça vacina contra coqueluche após morte de bebê

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Em crianças pequenas, a coqueluche é particularmente perigosa

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou nesta segunda-feira a importância da vacinação contra a coqueluche para grávidas e crianças, após a confirmação da morte de um bebê de 6 meses em Londrina, no Paraná, na última quinta-feira. Este é o primeiro óbito causado pela coqueluche no Brasil em três anos. Apesar de não considerar o caso um alerta, a ministra enfatizou a necessidade de vigilância constante e lamentou a perda.

Nísia Trindade destacou que a coqueluche é uma doença prevenível por vacina e reafirmou a recomendação de imunização. Ela garantiu que o ministério está acompanhando a situação de perto para evitar novos casos. Além disso, a ministra participou de um encontro no Rio de Janeiro sobre o enfrentamento global de novas pandemias.

No Paraná, há ainda a investigação sobre a morte de um bebê de 3 meses em Irati, que pode estar relacionada à coqueluche. Até a primeira quinzena de junho, o estado registrou 24 casos da doença, superando os 17 casos registrados em todo o ano passado. Em 2014, o Brasil enfrentou o último pico epidêmico da doença, com 8.614 casos confirmados, e tanto o país quanto o mundo têm observado um aumento recente nos casos.

Conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, transmitida principalmente pelo contato direto com gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar. Os sintomas incluem febre, mal-estar, coriza e tosse seca intensa. Em crianças pequenas, a coqueluche é particularmente perigosa, podendo causar dificuldades respiratórias severas.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ressaltou que a coqueluche é especialmente grave em bebês no primeiro ano de vida, antes que completem o esquema vacinal. Ele explicou que a doença tende a ter ondas de prevalência a cada cinco a sete anos, mas a pandemia de covid-19 e as medidas de proteção contribuíram para um intervalo maior entre essas ondas. Kfouri apontou que a imunidade conferida pela infecção ou vacinação não é duradoura, o que aumenta a suscetibilidade à doença ao longo do tempo.

A cobertura vacinal infantil inadequada e as mutações na bactéria Bordetella pertussis, causadora da coqueluche, são fatores que contribuem para o aumento dos casos. As vacinas contra coqueluche fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, sendo aplicadas em bebês, gestantes e puérperas. O esquema vacinal para bebês inclui doses aos 2, 4 e 6 meses com a vacina pentavalente, seguidas de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e 4 anos.

Kfouri destacou a importância da vacinação tanto da gestante quanto do bebê para uma proteção eficaz. Ele explicou que a imunização das gestantes permite a transferência de anticorpos para o bebê, protegendo-o especialmente nos primeiros seis meses de vida. A vacinação do bebê aos 2, 4 e 6 meses, sem atrasos, garante proteção adicional após os 6 meses.

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