Mercado financeiro prevê inflação de 4,22% para 2024

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Apesar desse ajuste, o valor permanece dentro da margem de tolerância estabelecida

O mercado financeiro revisou, pela quinta semana consecutiva, suas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil. De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (19), a previsão para a inflação de 2024 passou de 4,2% para 4,22%. Apesar desse ajuste, o valor permanece dentro da margem de tolerância estabelecida, que varia entre 1,5% e 4,5%, já que a meta central de inflação para o ano é de 3%.

Para os anos seguintes, as projeções de inflação indicam uma leve melhora. A estimativa para 2025 recuou de 3,97% para 3,91%, enquanto para 2026 se manteve estável em 3,6%. Essas previsões vêm em um contexto de transição para um sistema de meta contínua, que entra em vigor a partir de 2025, estabelecendo uma meta de inflação de 3% ao ano, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

No campo do Produto Interno Bruto (PIB), as expectativas também passaram por ajustes. A projeção de crescimento para 2024 subiu ligeiramente de 2,2% para 2,23%, refletindo um otimismo moderado em relação ao desempenho econômico do país. No entanto, para 2025, o mercado reduziu sua expectativa de crescimento, que passou de 1,92% para 1,89%. Já para 2026, a projeção de crescimento do PIB permanece inalterada em 2%, mantendo-se estável há 54 semanas. Em 2023, a economia brasileira registrou um crescimento de 2,9%, conforme dados do IBGE, superando as expectativas anteriores e confirmando um valor total de R$ 10,9 trilhões.

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, as expectativas não apresentaram mudanças significativas. Para 2024, a previsão continua em 10,50%, mantendo-se estável por nove semanas consecutivas. Para 2025, houve um pequeno aumento na projeção, de 9,75% para 10%, enquanto para 2026 a expectativa segue estável em 9%, marca que se mantém há 14 semanas. A Selic é o principal mecanismo utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação e, neste momento, reflete a cautela do mercado diante das incertezas econômicas.

O comportamento da inflação nos últimos meses foi influenciado por fatores como o aumento nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica. Em julho, o IPCA registrou alta de 0,38%, após um avanço de 0,21% em junho. Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses alcançou 4,5%, atingindo o limite superior da meta estabelecida.

No que diz respeito ao câmbio, o mercado financeiro mantém suas previsões praticamente inalteradas. A expectativa é de que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 5,31, um leve aumento em relação à projeção da semana passada, que era de R$ 5,30. Para os anos seguintes, as projeções permanecem estáveis, com o dólar cotado a R$ 5,30 em 2025 e R$ 5,25 em 2026.

Essas revisões do mercado financeiro demonstram um cenário de cautela, com ajustes pontuais nas expectativas de inflação e crescimento econômico, ao mesmo tempo em que as projeções para a taxa de juros e câmbio permanecem relativamente estáveis, refletindo a expectativa de um ambiente econômico controlado, embora ainda desafiador.

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