Alunos de paciência se preparam para 1ª Olimpíada de Educação Financeira

Foto: Marcello Casal Brasil/Agência Brasil
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Além de focar nas tradicionais provas do ano letivo, esses jovens estão mergulhados no universo das finanças pessoais

Na Escola Municipal Jornalista Carlos Castelo Branco, localizada no bairro Paciência, a cerca de 60 quilômetros do centro do Rio de Janeiro, um grupo de estudantes está se dedicando a um desafio inédito: a 1ª edição da Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (Olitef). Além de focar nas tradicionais provas do ano letivo, esses jovens estão mergulhados no universo das finanças pessoais, adquirindo conhecimentos que prometem impactar suas vidas dentro e fora da sala de aula.

Giulliano de Alcântara, estudante do 7º ano, é um dos que têm se empenhado para a competição. Com apenas 13 anos, ele já revela uma paixão por competições e vê na Olitef uma oportunidade única. “Desde novo eu gosto muito de competir. Competições são sempre o meu foco e a olimpíada acaba sendo uma competição por premiação e medalhas, então acaba me interessando muito”, comenta. Para ele, a educação financeira é uma ferramenta essencial para evitar problemas como o endividamento, algo que ele reconhece como um risco real, especialmente quando falta conhecimento na área.

Leandro Bezerra de Souza, do 9º ano, também está animado para participar da olimpíada. Desde pequeno, ele já lida com a realidade da gestão financeira, mesmo que de maneira simples. “Não tenho muito dinheiro e sempre tenho que ter uma economia para, às vezes, comprar algo. Então, sempre tenho que economizar um pouco e gerir esse dinheiro”, conta. Sua visão pragmática sobre o dinheiro reflete a importância de se ensinar finanças pessoais desde cedo, preparando os jovens para uma vida financeira mais saudável e consciente.

A Olitef, resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, o Tesouro Nacional e a B3, busca exatamente isso: promover a educação financeira entre estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio. As inscrições, abertas até o dia 9 de setembro, já contam com a adesão de mais de 2 mil escolas de todos os estados e do Distrito Federal.

Com provas agendadas para o dia 17 de setembro, a competição promete ir além da teoria, trazendo questões que refletem situações reais do cotidiano dos estudantes. Os melhores colocados serão premiados com medalhas, e as escolas participantes concorrerão a kits de melhorias, que incluem desde laboratórios de informática até bibliotecas.

O diretor da escola, Davidson de Mattos, vê na Olitef uma oportunidade valiosa para seus alunos. A escola já tem um histórico de sucesso em competições como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), e ele acredita que a inclusão da educação financeira no currículo escolar é um avanço significativo. “Em um país com alto índice de endividamento das famílias, a educação financeira é primordial, deve ser ensinada. Lamento muito que a minha geração, por exemplo, não tenha tido acesso a isso”, reflete.

Davidson aposta no efeito multiplicador da olimpíada, que, segundo ele, beneficiará não apenas os alunos diretamente envolvidos, mas toda a comunidade escolar. Ele cita o exemplo da organização Meninas Competem, fundada por ex-alunas da escola, que tem como objetivo incentivar a participação de meninas em diversas olimpíadas de conhecimento.

O Tesouro Direto, além de ser um dos patrocinadores da competição, é também um exemplo prático do que os alunos irão aprender na Olitef. A modalidade permite que qualquer cidadão compre títulos públicos, com aportes a partir de R$ 30, de forma 100% online. Para muitos desses jovens, o contato com o Tesouro Direto pode ser o primeiro passo para uma vida financeira mais equilibrada e segura.

Para Cristina Diaz, diretora-executiva da UpMat Educacional, a Olitef vai além de uma simples competição. Ela acredita que a iniciativa criará uma jornada de conhecimento em educação financeira para alunos, professores e escolas. A preparação dos estudantes para gerenciar seus ganhos e entender alternativas de investimento, segundo Cristina, é um dos grandes legados da olimpíada, que promete transformar a relação dos jovens com o dinheiro, capacitando-os para o futuro.

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