Caged registra criação de 188 mil postos de trabalho em julho

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Os Dados do Caged revelaram a abertura de 188.021 postos de trabalho com carteira assinada no último mês

Em um movimento que reflete a instabilidade econômica, a criação de empregos formais no Brasil apresentou uma queda em julho após um desempenho mais robusto em junho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, revelaram a abertura de 188.021 postos de trabalho com carteira assinada no último mês, número que representa a diferença entre contratações e demissões.

Apesar da queda em relação ao mês anterior, o cenário de julho mostra um crescimento significativo de 32,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criados 142.107 postos. Este aumento marca o maior volume de criação de empregos para o mês desde 2022, refletindo uma resiliência no mercado de trabalho brasileiro.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o país abriu 1.492.214 vagas formais, um avanço de 27,2% em relação ao mesmo período de 2023. Este resultado, o melhor desde 2021, sugere uma recuperação contínua, embora a mudança na metodologia do Caged torne difícil a comparação com anos anteriores a 2020.

Mesmo com esses números positivos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou preocupação com um possível aumento na taxa de juros no segundo semestre. Em entrevista coletiva, Marinho criticou a política monetária do Banco Central e alertou para os possíveis impactos de uma elevação da Selic sobre os investimentos e o mercado de trabalho. “Isso é uma aberração econômica”, afirmou o ministro, defendendo que o controle da inflação deve se dar pela oferta, não pela restrição de demanda.

No recorte por setores, todos os cinco ramos de atividade pesquisados registraram saldo positivo na criação de empregos em julho. O setor de serviços liderou a expansão, com a abertura de 79.167 vagas, seguido pela indústria, que adicionou 49.471 postos, e pelo comércio, com 33.003 novos empregos. A construção civil também apresentou crescimento, com 19.694 vagas, enquanto a agropecuária, mesmo sob pressão sazonal, registrou 6.688 novas contratações.

O desempenho do setor de serviços foi impulsionado pelo segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, responsável por 45.352 novos empregos formais. A administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais contribuíram com a abertura de 11.102 vagas.

Na indústria, a criação de empregos foi puxada principalmente pela indústria de transformação, que contratou 45.803 trabalhadores a mais do que demitiu. O segmento de água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação também se destacou, com 1.986 novas vagas.

A análise regional mostra que todas as cinco regiões do país registraram aumento no emprego formal em julho. O Sudeste liderou, com a criação de 82.549 vagas, seguido pelo Nordeste (39.341), Sul (33.025), Centro-Oeste (15.347) e Norte (13.500). Em termos estaduais, apenas o Espírito Santo teve saldo negativo, com o fechamento de 1.029 postos de trabalho, enquanto São Paulo, Paraná e Santa Catarina foram os destaques positivos.

No Rio Grande do Sul, o saldo positivo de 6.690 vagas foi especialmente significativo, sendo o primeiro desde abril. O ministro Luiz Marinho destacou que este crescimento reflete os investimentos do governo federal na reconstrução do estado, duramente afetado por enchentes nos meses anteriores. “É uma surpresa muito positiva desse processo”, afirmou Marinho, reconhecendo o impacto das ações governamentais na recuperação do emprego no estado.

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