ONS aprova medidas preventivas para garantir energia em meio à seca
A flexibilização visa reduzir o custo total da operação do SIN, com base em autorizações da Aneel
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aprovou novas ações para assegurar a oferta de energia elétrica no Brasil diante das condições climáticas adversas previstas para o último trimestre de 2024. Com a seca severa nas regiões Norte e Nordeste, estiagem no Sudeste e Centro-Oeste e a incerteza sobre os impactos do fenômeno La Niña, que indica chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média histórica, as medidas buscam evitar problemas no fornecimento de energia em um cenário de alta demanda.
Durante a 295ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), ligado ao Ministério de Minas e Energia, foi debatido o uso intensivo de usinas termelétricas para garantir o abastecimento. A produção das usinas movidas a gás natural, como Santa Cruz (RJ) e Linhares (ES), será ampliada em novembro, com a possibilidade de despachos flexíveis dessas e de outras termelétricas, como a de Porto Sergipe. Essa flexibilização visa reduzir o custo total da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), com base em autorizações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Outra decisão importante foi a articulação para permitir a operação excepcional da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, reduzindo a vazão mínima do reservatório intermediário para 100 metros cúbicos por segundo, respeitando as licenças ambientais. Além disso, serão priorizadas novas linhas de transmissão, como a Porto Sergipe – Olindina – Sapeaçu, para garantir o escoamento da energia gerada.
Apesar das condições climáticas desfavoráveis no Norte, o ONS informou que os reservatórios de água responsáveis pela geração de energia no SIN estão com 58% de capacidade. Ao final do período seco, estima-se que o armazenamento fique entre 39% e 42%.
Além da questão climática, o CMSE discutiu medidas preventivas para garantir o fornecimento de energia durante as eleições municipais, bem como ações contra os desligamentos provocados pelas queimadas em subestações. Essas medidas visam aumentar a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro.
No campo da geração e transmissão, o setor elétrico registrou uma expansão significativa em agosto, com um acréscimo de 571 megawatts (MW) na capacidade instalada de geração e 1.683 MVA na capacidade de transformação. Com isso, o acumulado de 2024 alcançou 7.096,5 MW de nova geração centralizada, além de 2.409,4 quilômetros de linhas de transmissão e 10.730 MVA de capacidade de transformação.