Mercado eleva projeção do PIB para 2,68% para 2024
A mudança reflete o impacto positivo do resultado do segundo trimestre deste ano
A economia brasileira caminha para um desempenho melhor do que o previsto em 2024, com o mercado financeiro ajustando a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,46% para 2,68%. A mudança reflete o impacto positivo do resultado do segundo trimestre deste ano, no qual o PIB subiu 1,4% em relação aos três meses anteriores. No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento foi de 3,3%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse cenário de recuperação econômica se reflete também nas previsões para os próximos anos. A projeção para o PIB de 2025 subiu ligeiramente de 1,85% para 1,9%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima um crescimento estável de 2% ao ano, consolidando uma perspectiva de crescimento moderado, mas contínuo.
No ano de 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, somando R$ 10,9 trilhões em valor total, superando as previsões iniciais. Este desempenho robusto, após um crescimento de 3% em 2022, contribui para um otimismo cauteloso entre os analistas.
Por outro lado, a inflação continua sendo um ponto de atenção. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 subiu de 4,26% para 4,3%, ficando ligeiramente acima da meta de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2025, 2026 e 2027, as estimativas são de 3,92%, 3,6% e 3,5%, respectivamente, refletindo uma expectativa de controle gradual da inflação.
A manutenção do controle inflacionário depende fortemente da política de juros adotada pelo Banco Central. A taxa Selic, mantida em 10,5% ao ano após um ciclo de reduções, continua sendo o principal instrumento para conter a demanda e influenciar os preços. O mercado prevê, contudo, que a taxa subirá novamente para 11,25% em 2024, antes de recuar nos anos seguintes, atingindo 9% ao ano em 2027.
A trajetória dos juros impacta diretamente a economia. Quando a Selic é elevada, o crédito se torna mais caro e a poupança é incentivada, freando o consumo e, por consequência, a inflação. No entanto, juros altos também podem dificultar a expansão da atividade econômica, especialmente em um cenário global adverso. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro, deverá trazer novos elementos sobre o rumo da política monetária.
Outro indicador importante, a cotação do dólar, também apresenta variações moderadas. A previsão para o fim de 2024 é que a moeda norte-americana feche o ano em R$ 5,35. Para o fim de 2025, a expectativa é que o câmbio fique em R$ 5,30, o que pode influenciar as exportações e importações brasileiras, bem como o custo de produtos importados.
A inflação de agosto será divulgada amanhã (10) pelo IBGE, trazendo novos dados que podem ajustar as projeções para o fechamento do ano. Enquanto isso, o mercado financeiro segue atento aos movimentos da política monetária e aos desdobramentos das variáveis globais que impactam a economia nacional.