Brasil votará pelo embargo de Cuba, consolidando aliança com os Estados Unidos
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, determinou que o embaixador do Brasil na ONU, Mauro Vieira, vote contra a resolução da entidade que condena e pede o fim do embargo dos EUA a Cuba.
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) vem se aproximando diplomática e ideologicamente aos EUA, do presidente Donald Trump. O chanceler Ernesto Araújo, titular da pasta das Relações Exteriores, a pedido do próprio presidente brasileiro, determinou o alinhamento aos americanos.
A votação deste ano é especialmente tensa, devido aos ataques verbais ocorridos entre os EUA e Cuba. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou em Nova York que os Estados Unidos “estão adotando intensas ações de pressão e chantagem contra os Estados-membros das Nações Unidas com o objetivo de corroer o padrão de votação”
Na ultima terça-feira (5), o subsecretário de Estado do Hemisfério Ocidental, Michael Kozak, afirmou que “a propaganda do regime cubano na ONU distrai os verdadeiros problemas que o povo cubano enfrenta como as contínuas violações dos direitos humanos, a incompetência econômica e a prisão de ativistas políticos”.
Em 2018, apenas Israel havia votou com os americanos, enquanto os demais países representados na Organização das Nações Unidas (ONU) tomaram posição contrária. Desde 1992, quando ocorreu a primeira votação na ONU sobre o tema, o Brasil se manifestava contra o embargo, posição esta que vigorou, portanto, nos governos Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer.
Esta mudança de postura, por parte do governo brasileiro, já era esperada pelos especialistas. Nesta tarde o Brasil consolida o alinhamento com os EUA e muda mais uma de suas posturas dentro das reuniões da ONU.