Mosquito Aedes aegypti: perigo persistente mesmo em tempos de seca

Foto: Rodrigo Nunes/MS
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A falta de água, que pode parecer uma barreira para a proliferação do mosquito, na verdade, tem um impacto limitado em seu ciclo de vida

Mesmo em períodos de seca prolongada, o Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, Zika e chikungunya, continua representando uma ameaça. Seus ovos, altamente resistentes, podem permanecer viáveis por até um ano, aguardando o contato com a água para eclodirem. Mesmo quando o embrião do mosquito completa seu desenvolvimento dentro do ovo, ele pode permanecer em repouso até que as condições sejam favoráveis, ou seja, até que o recipiente em que se encontra seja novamente preenchido com água.

A falta de água, que pode parecer uma barreira para a proliferação do mosquito, na verdade, tem um impacto limitado em seu ciclo de vida. O Aedes aegypti e o Aedes albopictus vivem próximos às habitações humanas, locais onde sempre há fontes de água disponíveis. Isso significa que, mesmo durante a seca, o risco de proliferação desses mosquitos persiste, principalmente se os cuidados básicos de prevenção não forem seguidos.

Para evitar a proliferação do mosquito durante os períodos secos, o Ministério da Saúde recomenda medidas simples, mas essenciais. Depósitos de água potável devem ser vedados com tampas ou telas apropriadas. Bebedouros de animais, pratos de plantas e outros recipientes que possam acumular água devem ser higienizados semanalmente, além de receber adição de areia ou serragem. Receber os Agentes de Combate a Endemias (ACE) também é crucial para que eles possam realizar o tratamento adequado dos depósitos de água.

Mesmo na seca, pequenos recipientes como garrafas, pneus e tampas plásticas podem armazenar ovos do mosquito, prontos para eclodir assim que a água reaparecer. Por isso, esses objetos devem ser eliminados ou corretamente armazenados, evitando que se tornem criadouros potenciais.

Em áreas com longos períodos de seca, a eliminação dos ovos do Aedes aegypti passa pela limpeza semanal de depósitos de água e a vedação correta de grandes reservatórios. A adição de areia nos pratos das plantas, o descarte adequado de resíduos sólidos e o monitoramento constante são ações que podem fazer a diferença.

O risco de transmissão de doenças pelo mosquito não desaparece durante a seca. Por isso, manter os cuidados preventivos é fundamental para reduzir o número de criadouros antes da chegada das chuvas, momento em que o risco aumenta consideravelmente. O monitoramento contínuo, com o uso de armadilhas para coletar os ovos do mosquito, é outra medida recomendada pelo Ministério da Saúde, sendo uma forma eficaz de prevenir surtos de doenças, independentemente da estação do ano.

A seca, embora limite a proliferação imediata, não elimina a ameaça do Aedes aegypti. O combate eficaz ao mosquito depende de ações contínuas, mesmo nos períodos em que a água é escassa.

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