Astronautas poderão se alimentar de asteroides em missões espaciais longas
Os cálculos indicam que um asteroide como Bennu, visitado pela NASA em 2020, poderia gerar entre 5 milhões e 6,5 bilhões de gramas de biomassa
Um novo estudo publicado no The International Journal of Astrobiology sugere uma abordagem inovadora para a nutrição dos astronautas em missões espaciais prolongadas: transformar compostos encontrados em asteroides em alimentos comestíveis. A pesquisa indica que, no futuro, será possível utilizar bactérias para converter hidrocarbonetos presentes nesses corpos celestes em biomassa nutritiva, oferecendo uma alternativa sustentável para a alimentação no espaço.
Atualmente, astronautas consomem principalmente alimentos desidratados ou liofilizados, complementados por suplementos vitamínicos e, em alguns casos, por vegetais cultivados em locais como a Estação Espacial Internacional (ISS). No entanto, essa nova técnica propõe o uso de materiais encontrados em asteroides, aquecidos por meio de um processo chamado pirólise, para decompor hidrocarbonetos e alimentar bactérias que convertem esses compostos em biomassa comestível.
Joshua Pearce, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, explicou que os produtos resultantes da decomposição dos compostos de carbono presentes em asteroides são compatíveis com o que as bactérias podem consumir, resultando em alimentos com alta qualidade nutricional. A pesquisa também utilizou o meteorito Murchison como referência para calcular a quantidade mínima de material orgânico que poderia ser transformada em alimento.
Os cálculos indicam que um asteroide como Bennu, visitado pela NASA em 2020, poderia gerar entre 5 milhões e 6,5 bilhões de gramas de biomassa, o que seria suficiente para sustentar entre 600 e 17 mil astronautas por um ano, dependendo da eficiência das bactérias no processo de digestão dos compostos de carbono.
Embora a abordagem seja promissora, os pesquisadores ressaltam que ainda há muito trabalho a ser feito para tornar essa tecnologia uma realidade.