Doze milhões de crianças e adolescentes vivem sem acesso a esgoto

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Entre as crianças indígenas, 25% não têm acesso adequado a água e 48% vivem sem saneamento básico

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um alerta nesta semana: 12,2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil vivem sem acesso adequado ao esgotamento sanitário, enquanto 2,1 milhões enfrentam dificuldades para obter água potável. Segundo o Unicef, essa realidade coloca em risco a saúde e o desenvolvimento de meninas e meninos, especialmente em regiões vulneráveis do país, como o semiárido nordestino e a Amazônia. Os dados foram extraídos do Censo Demográfico 2022 do IBGE.

A desigualdade racial também é evidente: quase 70% das crianças e adolescentes sem acesso a saneamento são pretas ou pardas. Entre as crianças indígenas, 25% não têm acesso adequado a água e 48% vivem sem saneamento básico, evidenciando as condições precárias em que mais de um milhão de indígenas se encontram no Brasil.

A situação afeta diretamente o desenvolvimento dessas crianças, comprometendo a saúde, aumentando os riscos de doenças e prejudicando o desempenho escolar. “A falta de acesso a água e saneamento tem impactos duradouros, afetando tanto o presente quanto o futuro dessas crianças”, alerta Lidia Carvalho, coordenadora de marketing do Unicef.

Diante desse cenário, o Unicef lançou uma campanha para arrecadar fundos destinados a projetos de acesso a água, saneamento e higiene em comunidades vulneráveis. A campanha tem como destaque o Ratinho do programa Castelo Rá-Tim-Bum, que aparece em um clipe recriando a famosa cena de seu banho, mas desta vez, sem água. O objetivo é chamar a atenção para a realidade enfrentada por muitas crianças no Brasil e incentivar doações.

A iniciativa conta com o apoio do Instituto Claro, Huggies e Grupo Profarma, e busca mobilizar a sociedade em torno de uma causa que afeta milhões de crianças no país. Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do Unicef no Brasil, reforça que o acesso a água e saneamento é um direito humano fundamental. “Fortalecer políticas públicas nessa área é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirma.

No contexto global, o Unicef estima que, até 2040, cerca de 600 milhões de crianças viverão em áreas de extrema escassez de água, agravada pelas mudanças climáticas e pela má gestão dos recursos hídricos. A campanha do Unicef busca contribuir para mudar essa realidade no Brasil, começando pelas doações que serão revertidas para escolas e comunidades em situação de vulnerabilidade.

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