Cearense aguarda dose de medicação de até R$ 40 mil mesmo após decisão judicial

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A jovem passou anos lutando também contra uma síndrome rara chamada Cushing, que a ter uma mudança na coloração da pele

Sabrina Gomes Lopes, de 24 anos, luta contra um câncer raro na glândula do tórax chamado Timoma, e aguarda do Estado do Ceará o fornecimento e a aplicação de um medicamento cuja dose custa entre R$ 30 a R$ 40 mil. Moradora de Fortaleza, a jovem ganhou na Justiça Federal em março, por meio da Defensora Pública, o direito à medicação de alto custo.

Atualmente, a luta dela é tentar se livrar do tumor de cerca de 17 centímetros e que a causa fortes dores. Somente a terapia com Lutécio, uma radioterapia endovenosa, pode ajudar.

“Estou sem dormir há cinco dias. Quando eu deito, parece que eu vou sufocar. Também não posso fazer atividades normais como subir uma escada ou fazer uma caminhada. Eu tenho passado muito sofrimento com essa doença”, desabafa a jovem.


Medicamento não tem no SUS
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) alega que o medicamento não consta no rol do Sistema Único de Saúde (SUS), e para isso são necessários alguns procedimentos técnicos. O oncologista de Sabrina indicou que ela precisa de pelo menos quatro doses.

Segundo Breno Novais, coordenador de Monitoramento, Avaliação e Controle do Sistema de Saúde da Sesa, quando a pasta recebeu a medida judicial, foi aberto um processo de dispensa de licitação para atender Sabrina de forma “célere e segura”.

O impasse, segundo Novais, é que no processo aberto para a contratualização de equipes habilitadas para aplicar o medicamento na paciente, nenhuma empresa se manifestou. Entretanto, a Sesa já iniciou um novo procedimento.

“Fizemos nova habilitação e está aberto outro processo para que consigamos fazer a contratualização para o tratamento da Sabrina. Por se tratar de uma medicação que não se encontra no rol do SUS, a secretaria está seguindo todos os trâmites legais para a contratualização segura desse tratamento que a Sabrina tanto precisa”, indicou o coordenador.

Assim que a decisão judicial chegou, Breno Novais informou ainda que a jovem foi atendida com uma equipe multidisciplinar, contando com médico oncologista e medicina nuclear para realizar exames.

Síndrome de Cushing
Em cerca de dez anos lutando contra as doença, Sabrina já foi submetida a quatro cirurgias, duas rodadas de quimioterapia e uma de radioterapia, mas o tumor não parou de crescer.

Durante essa caminhada, Sabrina se curou de outra condição rara em 2022: a Síndrome de Cushing, que acontece quando se tem níveis elevados do hormônio cortisol no organismo. Ela teve de retirar as glândulas adrenais. A cirurgia de adrenalectomia, que retirou as adrenais, inclusive fez ela “mudar de cor da noite para o dia”, pois ela parou de produzir o hormônio ACTH.

“Foi um processo bem difícil, porque como é uma doença rara os médicos não conheciam muito. Passei 3 meses internada no [Hospital] Albert Sabin para descobrir. Parei de andar, fiquei intubada. Tive de fazer fisioterapia para voltar a andar”, conta.


A cearense foi submetida à cirurgia para extinguir sintomas como:

excesso de gordura corporal, principalmente na parte superior das costas e no rosto;
dificuldade de cicatrização;
fadiga;
aumento da pressão arterial;
osteoporose;
cálculos renais;
diabetes;
transtornos mentais.


Fonte: Rede D’Or

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