O Disque 100 registrou mais de 657,2 mil denúncias de violações de direitos humanos em 2024, um aumento de 22,6% em comparação ao ano anterior. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, as violações identificadas também cresceram, somando 4,3 milhões no ano, contra 3,4 milhões em 2023. Cada denúncia pode abranger múltiplas violações, destacando o complexo cenário de vulnerabilidades no país.
As violações mais frequentes incluem negligência, com 464,3 mil casos, tortura psíquica, que somou 389,3 mil registros, e exposição ao risco à saúde, com 368,7 mil ocorrências. Crianças e adolescentes (289,4 mil), idosos (179,6 mil) e mulheres (111,6 mil) figuram entre os grupos mais afetados, com a maioria das infrações ocorrendo no ambiente doméstico.
Embora o número de vítimas do gênero feminino tenha apresentado uma leve queda de 2,9% em relação a 2023, o perfil dos agressores mudou significativamente. Mulheres passaram a liderar entre os suspeitos de agressões, totalizando 283,1 mil casos, um aumento de 28,8%. Entre os suspeitos, destacam-se mães (160,8 mil) e filhos ou filhas (108,8 mil), reforçando a prevalência de laços familiares nas ocorrências.
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideraram tanto em número de denúncias quanto em violações registradas. Juntos, os três estados contabilizaram mais de 2,2 milhões de violações.
O Disque 100, serviço gratuito de utilidade pública, é uma das principais ferramentas para a denúncia de violações. Além de ligações, é possível recorrer a canais digitais como WhatsApp e Telegram, garantindo acessibilidade por meio de plataformas específicas para pessoas com deficiência auditiva. As denúncias são direcionadas a órgãos competentes para proteção e apuração, reafirmando o compromisso de garantir os direitos humanos no Brasil.
