Desmatamento na Amazônia cai quase 46%, enquanto cerrado registra alta de 9%

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A tendência de queda se reflete em todos os estados críticos da região

Entre agosto de 2023 e julho de 2024, os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 45,7%, atingindo o menor nível desde o início da série histórica em 2016, com 4.314,76 km² desmatados. Essa queda significativa foi registrada pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que já havia apontado uma redução de 7,4% no desmatamento entre agosto de 2022 e julho de 2023. A tendência de queda se reflete em todos os estados críticos da região, como Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia, além de todas as categorias fundiárias.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atribui essa redução ao pleno funcionamento de todos os eixos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), destacando o papel crucial do ordenamento territorial e fundiário. O objetivo final, segundo ela, é alcançar o desmatamento zero, com a destinação correta de áreas ainda não designadas, sejam elas unidades de conservação, terras indígenas ou áreas privadas.

No entanto, enquanto a Amazônia apresenta um cenário positivo, o Cerrado vive uma realidade oposta. O bioma registrou um aumento de 9% no desmatamento, totalizando 7.015 km² desmatados no mesmo período, o maior índice desde 2017. De acordo com o Observatório do Clima, essa destruição ambiental pode estar associada à expansão agropecuária, com o desmatamento se deslocando da floresta amazônica para a savana, onde há menos controle governamental e mais facilidade na concessão de licenças para corte de vegetação.

Apesar desse aumento no Cerrado, o governo federal destaca que já observa uma tendência de queda nos últimos quatro meses, graças aos esforços do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado). João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, acredita que esses dados apontam para uma possível redução consistente no desmatamento nos próximos anos, resultado das políticas públicas implementadas.

Os números foram divulgados durante uma coletiva de imprensa pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Para a ministra Luciana Santos, os dados são um sinal claro de que as políticas públicas estão surtindo efeito, com o Brasil se esforçando para cumprir suas metas e acordos internacionais, especialmente no enfrentamento ao aquecimento global.

O desafio agora é manter e ampliar os esforços tanto na Amazônia quanto no Cerrado, garantindo que as medidas adotadas continuem a reduzir o desmatamento e a proteger os biomas brasileiros.

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