Indígenas marcham em Brasília para cobrar demarcação de terras e direitos constitucionais

Os manifestantes percorreram cerca de quatro quilômetros entre o antigo Complexo Funarte e o centro político do país
Compartilhe

Em uma caminhada marcada por cantos, pinturas corporais e palavras de ordem, indígenas de diversas regiões do país ocuparam as ruas de Brasília nesta terça-feira em mais um ato da 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL). Com faixas e cartazes que exigiam o respeito à Constituição e a demarcação imediata de terras indígenas, os manifestantes percorreram cerca de quatro quilômetros entre o antigo Complexo Funarte e o centro político do país, reafirmando sua presença e resistência.

Entre os participantes estava Netuno Borum, que saiu de São Paulo com mais de 360 indígenas para representar a Região Sudeste. Acompanhado dos filhos Potyra e Kretã, ele destacou que a mobilização é uma forma de garantir um futuro melhor para as novas gerações. “A gente vem lutar por nossos direitos. E não porque a gente queira nada de graça. É porque, se a gente não fizer isso, ninguém mais vai fazer por nós”, afirmou.

Kayla Pataxó Hã-Hã-Hãe, participante de longa data do ATL, também levou o filho para a marcha. Segundo ela, é essencial que as crianças cresçam entendendo o valor da luta indígena. “É cansativo, mas é preciso. E vale a pena. Porque temos a esperança de que ele e as outras crianças indígenas de hoje não sofram o tanto que nós e nossos antepassados sofremos.”

Durante a caminhada sob o sol intenso do Planalto Central, os cartazes erguidos pelos participantes sintetizavam as reivindicações centrais do movimento: demarcação de terras, fortalecimento das políticas públicas de saúde e educação, e a defesa do território frente a ameaças econômicas e legislativas.

Vanildo Ariabô Quezo, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Cuiabá, alertou para a precariedade da saúde indígena. Ele pediu mais recursos e lembrou da recente substituição do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena por um líder indígena. “Precisamos de viaturas e estrutura. Essa é uma conquista nossa, e seguimos na luta.”

A marcha também contou com o apoio de organizações sociais, como a Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), que enviou 23 representantes para acompanhar a manifestação. “Estamos aqui para garantir que os direitos constitucionais dos povos indígenas sejam respeitados e para observar qualquer possível conflito”, explicou a advogada Erica Ferrer.

Maior mobilização indígena do país, o Acampamento Terra Livre segue até sexta-feira e deve reunir até 8 mil indígenas de ao menos 135 etnias, com uma programação que inclui debates, atos públicos e atividades culturais. Com o lema “Apib Somos Todos Nós: Nosso Futuro Não Está à Venda”, o evento reafirma a luta dos povos originários por dignidade, reconhecimento e justiça.

Você pode gostar

Antes do remake de Vale Tudo ser exibida, a atriz apresentou uma queixa na TV Globo sobre o comportamento do colega de profissão, diz portal
Nadine Heredia e o marido, Ollanta Humala, foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O ex-presidente foi preso logo após a sentença, nesta terça-feira (15).
O ex-Polegar, Rafael Ilha surpreendeu ao revelar nova informação sobre os momentos finais do apresentador

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode se interessar
Publicidade