Queimadas crescem e atingem níveis recordes no Brasil em 2024

O estado do Pará foi o mais afetado, com 7,3 milhões de hectares queimados, seguido por Mato Grosso, com 6,8 milhões
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Cerca de 73% das áreas devastadas correspondem a vegetação nativa, principalmente florestas. Pesquisadores apontam que o fenômeno climático El Niño, que intensificou o período seco no país, foi um dos principais fatores por trás do aumento, mas a ação humana continua sendo o elemento determinante. “Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas para conter uma crise ambiental agravada por condições climáticas extremas”, afirmou Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.

O estado do Pará foi o mais afetado, com 7,3 milhões de hectares queimados, seguido por Mato Grosso, com 6,8 milhões, e Tocantins, com 2,7 milhões. Apenas em dezembro, uma área equivalente ao território do Líbano foi consumida pelo fogo, totalizando 1,1 milhão de hectares.

Entre os biomas, a Amazônia foi a mais atingida, concentrando 17,9 milhões de hectares queimados, o que representa 58% do total nacional. O bioma sofreu com 6,8 milhões de hectares de formação florestal destruída, superando as áreas de pastagens. Felipe Martenexen, pesquisador do MapBiomas, destacou a gravidade da situação. “O fogo na Amazônia não é um fenômeno natural, sendo um elemento introduzido por ações humanas. As florestas atingidas tornam-se mais vulneráveis a novos incêndios.”

O Cerrado também registrou impactos alarmantes, com 9,7 milhões de hectares queimados, 85% deles de vegetação nativa. Esse aumento de 91% em relação a 2023 é o maior desde 2019. Embora o Cerrado tenha evoluído com a presença natural do fogo, as atividades humanas e as mudanças climáticas têm ampliado os danos. Vera Arruda, pesquisadora do MapBiomas, apontou a interferência humana como principal causa, especialmente na estação seca.

Outros biomas também enfrentaram perdas significativas. O Pantanal teve 1,9 milhão de hectares queimados, enquanto a Mata Atlântica contabilizou 1 milhão. A Caatinga e o Pampa registraram 330 mil e 3,4 mil hectares queimados, respectivamente. No caso do Pampa, a menor área atingida desde 2019 está relacionada ao excesso de chuvas causadas pelo El Niño no sul do país, conforme lembrou o pesquisador Eduardo Vélez.

Os dados reforçam o alerta sobre a necessidade de medidas urgentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e do manejo inadequado do solo, buscando frear a escalada das queimadas no país.

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