Reisado Nordestino renova tradição e leva alegria ao povo de Juazeiro do Norte

É um importante dia para a cultura nordestina cheio significados
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A data 6 de janeiro, além de celebrar o Dia de Reis em todo o país, carrega um significado que vai além da religiosidade. É um importante dia para a cultura nordestina cheio significados. O som vibrante da zabumba, os versos carregados de histórias, as cores intensas das roupas e a dança envolvente marcaram a infância de Cícera Flatenara. Hoje, aos 27 anos, a cearense de Juazeiro do Norte é mestra do reisado, tradição cultural que celebra o nascimento de Cristo e a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.

É tanto um dia de festa quanto de saudade para a juazeirense. Há exatamente um ano, seu pai, Mestre Cicinho, foi brutalmente assassinado enquanto organizava as celebrações da data. Apesar do luto, Cícera assumiu o legado do pai e segue conduzindo o Reisado de Manuel Messias, grupo fundado por ele.

Legado que inspira novas gerações

Desde cedo, Mestre Cicinho reconheceu o talento da filha e a incentivou a perpetuar a tradição. Ele chegou a criar um grupo especialmente para as crianças, o Mirim Santos Expedito, investindo recursos próprios para comprar roupas e instrumentos. Sob a liderança de Cícera, o grupo reúne hoje cerca de 30 crianças e adolescentes, que encontram no reisado não apenas um espaço para brincar, mas também para aprender e se conectar com suas raízes.

“O colorido encanta as crianças e elas pedem para participar. Hoje eu passo isso para os meus dois filhos. Quando eu não estiver mais aqui, eles continuarão por mim”, afirma Cícera, emocionada ao falar sobre o compromisso de manter viva a herança cultural deixada pelo pai.

A força do reisado

A organização do reisado é rica e cheia de significado. Mestres e contramestres coordenam as apresentações, enquanto as figuras de Mateus, Catirina, reis, rainha, princesa e príncipe desempenham papéis fundamentais no cordão. Embaixadores lideram as músicas, embaladas por instrumentos de percussão e corda que dão vida à celebração e emocionam quem assiste.

Para Cícera Flatenara, o reisado vai além da arte e da tradição. É uma missão de inspiração e resistência. Ela acredita que, ao encantar os jovens com as cores, sons e histórias do reisado, está garantindo que a cantoria nunca se perca no tempo, assim como desejava Mestre Cicinho.

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